“O seu Macron tem um problema comigo”, diz Bolsonaro
Presidente brasileiro disse que encontro do mandatário francês com o ex-presidente Lula foi “ uma provocação”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (25/11) que o presidente da França, Emmanuel Macron, tem um problema pessoal com ele. Ele citou divergências na área ambiental e disposição contrária do mandatário ao acordo do Mercosul com a União Europeia.
“O grande opositor a esse acordo [Mercosul-União Europeia] é o presidente da França. Em parte, nós concorremos o que produzimos para o mundo, que são as commodities. Coisas que vêm do campo. Então, o Macron sempre foi contra a gente. E ele sempre bateu na gente na questão da Amazônia”, iniciou Bolsonaro, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
Em seguida, o chefe do Executivo federal afirmou que o encontro de Macron com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrido na semana passada, é uma provocação a ele: “Parece que é uma provocação, sim. Agora, será que o seu serviço de inteligência não sabe quem foi o Lula aqui ao longo dos oito anos dele e mais da Dilma? O que foi feito no Brasil? Queimadas na Amazônia, inclusive, os picos aconteceram na época do PT”.
“O seu Macron tem um problema comigo, até porque eu não aceito… Ele há pouco tempo publicou uma foto de mais de 10 anos dizendo que a Amazônia estava pegando fogo. A foto de mais de 10 anos cujo fotógrafo já tinha até morrido e causou grande transtorno pra gente, né?”, lembrou Bolsonaro, citando críticas de celebridades do mundo todo ao Brasil, como Leonardo DiCaprio.
No último dia 17, Lula foi recebido por Macron no Palácio do Elysée, residência oficial do presidente francês, com protocolo dispensado a chefes de Estado. O encontro marcou posição ante Bolsonaro, que é desafeto político de Macron.
Enquanto Lula fez um giro pela Europa, no mesmo período Bolsonaro visitou o Golfo Pérsico. O petista foi aplaudido de pé pela ala social democrata do Parlamento Europeu, sediado na Bélgica. Ele também reuniu-se com Olaf Scholz, futuro chanceler alemão que deverá suceder Angela Merkel.
Sobre o encontro com parlamentares europeus, Bolsonaro disse que se Nicolás Maduro, da Venzuela, viesse ao Brasil também seria aplaudido por integrantes do PSol, PDT, PCdoB e PT na Câmara dos Deputados. “Não quer dizer que a Câmara apoie isso que está acontecendo na Venezuela. Então, tudo é um jogo político”, considerou.
Na agenda pela Europa, Lula elencou a agenda ambiental e o combate à fome como os dois assuntos prioritários que tratou com os líderes.
Com as pautas prioritárias, Lula intentou fazer um contraponto ao governo Bolsonaro em dois temas sensíveis no exterior — a preservação do meio ambiente e a escalada da pobreza no Brasil.