“O país estava caminhando para o buraco não é de agora”, diz Bolsonaro
Presidente conversou com apoiadores ao regressar ao Palácio da Alvorada e comentou pesquisa de intenção de voto para 2022
atualizado
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Em interação com apoiadores na noite desta segunda-feira (5/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Brasil “estava caminhando para o buraco há muito tempo”. O mandatário comentava pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta segunda, que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente na intenção de voto para a eleição de 2022.
“O Brasil tem problemas seríssimos, crise ética, moral, financeira. Não dá pra resolver de uma hora pra outra. Daí o tempo todo é massa… Eu não dou bola pra esse massacre. Pesquisa: o Lula 49, hoje, 49. Acho que o Lula tem 110%. Não estou preocupado com isso”, iniciou ele.
“É acusações (sic) das mais variadas possíveis, o tempo todo. Só veem defeito, só problema. Agora, isso não começou de agora, né? O país estava caminhando para o buraco há muito tempo, há muito tempo”, prosseguiu.
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
A declaração foi proferida em meio a acusações que cercam o governo relacionadas à aquisição de vacinas contra a Covid-19. O governo é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que apura as omissões no enfrentamento à pandemia.
Também nesta segunda, foram divulgados áudios que mostram que Bolsonaro teria integrado esquema de devolução de salários de assessores no período compreendido entre 1991 a 2018, nos mandatos de deputado federal. A apuração, os áudios e os vídeos são da coluna da jornalista Juliana Dal Piva, do Uol.
Pesquisa CNT
Segundo a pesquisa CNT, Lula aparece com 41,3% das intenções de voto para o Palácio do Planalto. Já o atual presidente tem 26,6%.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sergio Moro (sem partido) aparecem em terceiro lugar, com 5,9% das intenções de voto cada um.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), obteve só 2,1% das intenções de voto. Já o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta teve 1,8% da preferência dos eleitores.
Os indecisos são 7,8% e os que declararam voto branco ou nulo, 8,6%.
Em uma disputa em segundo turno, o ex-presidente petista venceria por 52,6% contra 33,3% de Bolsonaro.
O levantamento também apontou que aumentou a reprovação ao desempenho pessoal do presidente entre fevereiro e julho de 2021. A desaprovação de Bolsonaro passou de 51% em fevereiro para 63% em julho. É a maior taxa desde o início do seu mandato, em 2019.