“O Novo é elitista e o PSL nunca será de direita”, diz advogado da UDN
Marco Vicenzo tenta refundar partido conservador extinto pela ditadura e critica outras legendas que buscam ocupar mesmo campo ideológico
atualizado
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O advogado Marco Antônio Vicenzo, 28 anos, tenta refundar a União Democrática Nacional (UDN), legenda conservadora extinta em 1965, quando a ditadura instituiu o bipartidarismo, representado por MDB e Arena.
Em vez de cumprir o ritual previsto na atual legislação, ele reivindica o retorno da velha sigla sem necessidade do cumprimento dos trâmites que preveem criação de diretórios em um terço dos estados, com 0,5% dos eleitores de cada um, e o recolhimento de 500 mil assinaturas. Para isso, entrou com um requerimento administrativo junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a fim de revogar a resolução de 1965 que extinguiu os partidos existentes na época.
“Em respeito a todos os udenistas e ao legado partidário, temos de confrontar a ilegalidade cometida contra a UDN”, afirma Vicenzo, presidente nacional da comissão fundadora da legenda. “Hoje, não existe um partido de direita no Brasil”, afirma. É curioso notar que ele contesta uma medida tomada pelo governo militar, de viés direitista.
Na opinião do advogado, as duas legendas que assumem bandeiras conservadoras não se enquadram no perfil político que considera ideal para uma legenda conservadora. “O Novo eu vejo como muito elitista, mais parece uma empresa, com normas e regras”, diz Vicenzo. “O PSL nunca foi nem será um partido originalmente de direita, nem consegue votar em conjunto”, explica, referindo-se ao partido do presidente Jair Bolsonaro.
Veja a seguir, a entrevista completa de Vicenzo para o Metrópoles: