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O jogo virou: indígena bolsonarista entra na mira da militância

Ysani Kalapalo, que foi levada para a ONU e elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro, está sendo chamada de “globalista”

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1 de 1 Ysani2 - Foto: Reprodução/YouTube

Ysani Kalapalo, a indígena que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou para a Assembleia Geral da ONU, no ano passado, e apresentou como “alternativa” ao cacique Raoni Metuktire, está em pé de guerra com a militância mais “raiz” do bolsonarismo.

Ativista virtual com posições políticas bem mais radicais do que as do próprio Bolsonaro, como a defesa do fechamento do Supremo Tribunal Federal, Ysani está sendo acusada de ser esquerdista por ter elogiado personalidades acusadas de promover o “globalismo”. Sob ataque, ela agora reclama do “comportamento de seita” da militância.

Tudo começou com uma postagem de Ysani no Twitter no último dia 10 de fevereiro, quando ela revelou a importância, em sua formação, de um programa da Fundação Estudar, patrocinada por Jorge Paulo Lemann, acionista da cervejaria AB InBev e um dos empresários mais ricos do Brasil. Veja:

A postagem teve mais de 600 respostas até esta terça-feira (11/02/2020), praticamente todos de teor crítico. Lemann, de acordo com a militância mais radical, é o maior promotor no Brasil do que eles classificam como “globalismo“, que seria uma espécie de plano para enfraquecer estados nacionais e implantar uma governança global com tendências esquerdistas.

Veja o teor das respostas endereçadas a Ysani, que nasceu no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, e vive rotina de embates com líderes da região.

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Desde a postagem, a indígena tem dedicado seu tempo online para rebater as críticas que está recebendo. Além de replicar os ataques, ela fez novas postagens citando outras personalidades “globalistas”.

“Eu admiro Jorge Paulo Lemann, Mark Zuckerberg [fundador do Facebook], Steve Jobs [fundador da Apple], Bill Gates [fundador da Microsoft] e Flávio Augusto [fundador da escola de inglês Wise Up]. Ficou chateado por eu admirar esses grandes empreendedores? Então, vazaa!!”, escreveu Ysani ainda no último dia 10 de fevereiro, atraindo ainda mais interações negativas do que na postagem anterior.

Xingada com termos como “vendida”, “traidora” e “caroneira”, a indígena enfrentou também uma campanha de pedidos para que os críticos deixassem de segui-la nas redes. E ironizou:

Como a campanha continuou, Ysani acabou reclamando do comportamento sectário de parte da militância, uma queixa já explicitada por outros aliados do governo que acabaram caindo em desgraça, como os ex-ministros Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência) e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).

“Senhores fanáticos: Apoiar o Governo Federal não significa ser parte de uma seita. Um conservador(a) de verdade age sempre com precaução e não com fanatismo. Fanatismo é coisa de gente ridícula e despreparada”, posta a indígena na última segunda (10/02/2020).

“Nova esquerda”
O Metrópoles mostrou, em reportagem recente, que uma parcela mais radical do bolsonarismo costuma tentar colar a pecha de “nova esquerda” a aliados que fazem qualquer crítica ao governo Bolsonaro. Essa lista de novos inimigos já conta com personagens como os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), o ex-candidato à Presidência João Amoedo (Novo), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e os influenciadores digitais Nando Moura e Danilo Gentili. E, aparentemente, está ganhando uma nova integrante.

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