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“O governo não mexeu em nenhuma questão do Enem”, diz Mourão

O vice-presidente declarou que o governo não interferiu nas questões do exame, mas defendeu que as perguntas “não estão variando”

atualizado

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Bruno Batista/VPR
Hamilton-Mourao
1 de 1 Hamilton-Mourao - Foto: Bruno Batista/VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizou, na manhã desta terça-feira (16/11), a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O chefe do Executivo nacional afirmou na segunda (15/11) que a prova deste ano não repetirá os “absurdos” do passado e terá “a cara do governo”.

Segundo o general, o governo não interferiu nem interferirá no certame.

“O presidente fez menção, simplesmente, a algo que é a ideia dele, pô, tem liberdade para isso. O Enem está baseado num banco de dados que foi construído há muito tempo, as questões não estão variando. O governo não mexeu em nenhuma questão do Enem. As questões são feitas de acordo com a metodologia do Inep”, disse o general a jornalistas.

Durante declaração à imprensa, em Dubai, Bolsonaro afirmou que as questões do Enem não repetirão “absurdos” do passado , em referência a perguntas voltadas, segundo ele, para ideologias. Na ocasião, o mandatário disse ainda que, anteriormente, os temas de redação “não tinham nada a ver com nada”.

“Ninguém está preocupado com aquelas questões absurdas. No passado, caíam temas de redação que não tinham nada a ver com nada. Agora, há realmente algo voltado para o aprendizado”, disparou Bolsonaro.

Debandada na Educação

As falas de Bolsonaro ocorreram após uma debandada de 37 coordenadores do exame. Apesar do percalço, o governo garante que as provas serão aplicadas normalmente.

Marcado para os dias 21 e 28 de novembro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 está sendo organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os servidores estão em pé de guerra com o presidente da instituição, Danilo Dupas. Há um processo de desmonte da estrutura e saída de gestores técnicos de suas funções. Na segunda-feira (8/11), 31 coordenadores pediram exoneração de cargos comissionados.

Em 4 de novembro, grande parte dos funcionários do Inep deixou o trabalho para participar de um protesto contra Dupas. Os manifestantes acusam o gestor de assédio moral e incompetência.

Os problemas do Inep

A mobilização dos servidores do Inep contra a presidência do órgão teve como estopim a publicação de duas portarias no Diário Oficial da União. A primeira dispensa o presidente da autarquia de participar de tomadas de decisões. A outra, em trâmite no Sistema Eletrônico de Informações sob o nº 0797841, exime-o de integrar a Equipe de Tratamento de Riscos e Incidentes (Etir) de Brasília.

O Etir de Brasília é o colegiado responsável por resolver problemas no momento em que ocorrem as avaliações coordenadas pelo órgão.

Segundo os servidores, os textos das Portarias nº 371, de 19 de agosto, e nº 452, de 3 de setembro, estão sendo usados por Danilo Dupas para delegar ao chefe de gabinete algumas atribuições do comando do órgão. Além disso, a minuta o desobriga de tomar decisões relacionadas à resolução de problemas do Enem e do Enade.

Para os funcionários, Dupas, que veio da iniciativa privada, “não saberia nem sequer lidar com as responsabilidades de um gestor público”.

A atitude do presidente está sendo interpretada pelos servidores como fragilidade no cargo e indicativo de que ele não quer se comprometer com as provas, pois, ainda segundo os funcionários, estaria prestes a deixar o comando do órgão.

 

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