“O ano todinho fechando e não deu certo”, diz Bolsonaro sobre lockdown
Presidente afirmou que é preciso reconhecer a pandemia e combatê-la, mas que medidas restritivas não deram certo
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (22/3) que reconhece a existência da pandemia de coronavírus e que ela precisa ser combatida, mas que as medidas restritivas impostas por alguns governadores não deram certo após um ano.
“Alguns querem que eu decrete lockdown nacional. O que vocês acham disso? Olha, se tivesse dado certo, né? O ano todinho fechando e não deu certo. E para continuar até quando? Nós reconhecemos o vírus, que tem que ser combatido. Nós fazemos o possível”, disse o presidente a apoiadores, no Palácio da Alvorada. O trecho foi publicado por um site simpático a Bolsonaro.
Apesar de não fazer referência direta, a declaração do presidente ocorre um dia após economistas e empresários divulgarem carta a Bolsonaro, com mais de 500 assinaturas.
No documento, são defendidas medidas urgentes de enfrentamento à pandemia no Brasil, como aceleração do ritmo de vacinação, distribuição gratuita de máscaras e campanha de conscientização sobre o uso, assim como coordenação nacional nas ações tomadas no âmbito local, em especial relacionadas ao distanciamento social.
A carta também alerta para o risco de o quadro atual poder “deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade”.
Desde o início da pandemia, há um ano, Bolsonaro tem se manifestado contra a “política do fecha tudo”.
Mais cedo, nesta segunda, durante evento no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que é preciso “lutar contra o vírus e não contra o governo”.
“Eu devo mudar o meu discurso? Eu devo me tornar mais maleável? Devo ceder? Fazer igual a grande maioria tá fazendo? Se me convencerem do contrário, faço, mas não me convenceram ainda. Devemos lutar é contra o vírus e não contra o presidente”, afirmou Bolsonaro.
“Parece que no mundo todo só no Brasil tá morrendo gente. Lamento o número de mortes. Qualquer morte. Não sabemos onde isso vai acabar. Se vai acabar um dia. […] Se ficar em lockdown 30 dias e acabar com o vírus, eu topo, mas sabemos que não vai acabar”, disse o presidente.