Nutricionista de Marcela Temer ganha cargo no gabinete pessoal de Bolsonaro
O Metrópoles perguntou ao Planalto se Denise Leal cumpriu os requisitos para assumir cargo. Em 2017, ela teve apartamento funcional vetado
atualizado
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A nutricionista da ex-primeira-dama Marcela Temer, Denise Silva dos Reis Leal, foi nomeada para um cargo no gabinete pessoal da Presidência, no Palácio do Planalto.
Quando trabalhava na gestão do presidente Michel Temer (MDB), era responsável pelos cardápios elaborados para as refeições no Palácio do Jaburu e também no Palácio da Alvorada. Para isso, recebia um salário de R$ 10.373,30. Ela foi exonerada ao término do governo, em 2018.
De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) na semana passada, Denise agora exerce o posto de assistente no Gabinete Adjunto de Informações da Presidência. O salário é R$ 3.440,75. O ato foi assinado pelo chefe do gabinete pessoal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Célio Faria Júnior.
Veja:
O Metrópoles entrou em contato com o Gabinete Pessoal da Presidência, por meio da Secretaria de Comunicação do Planalto.
Desde terça (1º/12), a reportagem questiona, por e-mail, se a funcionária cumpriu todos os requisitos necessários para assumir o cargo e quais são suas atribuições como assistente. As demandas não foram respondidas.
Por telefone, a Secretaria de Imprensa disse, na sexta (4/12), que o Gabinete Pessoal ainda não tinha enviado resposta e que não havia previsão de retorno. O espaço está aberto para esclarecimentos.
Apartamento funcional
Essa não foi a primeira vez que o nome da nutricionista gera desconforto entre funcionários do Planalto. Em 2017, a Secretaria de Administração da Presidência aprovou a concessão de um apartamento funcional para Denise.
A concessão do imóvel, no entanto, irritou servidores da Presidência, uma vez que existe uma fila de espera. Na versão desses servidores, Denise teve preferência por trabalhar com a então primeira-dama, e passou na frente de outros nomes que ainda aguardavam para serem contemplados.
Depois do episódio, o então presidente Temer “vetou verbalmente” o imóvel à nutricionista e “mandou parar o processo”.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria-Geral da Presidência informou que, em 23 de janeiro de 2017, a então funcionária Denise Silva dos Reis Leal solicitou sua inscrição na relação de espera para ocupação de imóvel funcional, pois estava amparada pelo decreto que dispõe sobre a concessão, por ocupar um cargo de nível DAS 4.
“No entanto, a servidora não foi contemplada com imóvel funcional até sua exoneração”, disse o órgão sem dar mais explicações.