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“Nunca tivemos alinhamento com o governo Bolsonaro”, diz João Doria

De olho em 2022, governador tucano critica fala do presidente sobre Fernando Santa Cruz e alerta que Brasil não precisa de política do ódio

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Marcos Corrêa/PR
23/04/2019 Audiência com Ministro das Relações Exteriores, Mi
1 de 1 23/04/2019 Audiência com Ministro das Relações Exteriores, Mi - Foto: Marcos Corrêa/PR

De olho na corrida presidencial de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), potencial candidato tucano à disputa, parece ensaiar um distanciamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a quem apoiou nas eleições de 2018. Nesta terça-feira (30/07/2019), Doria, em entrevista à Rádio CBN, afirmou: “Nós nunca tivemos um alinhamento com o governo Bolsonaro”. Isso um dia depois de o tucano ter dito que os ataques ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, quando Bolsonaro insinuou que sabe como morreu o pai dele, Fernando Santa Cruz, na época da ditadura, foram “inaceitáveis”.

O tucano reagiu a uma provocação da âncora da CBN, Fabíola Cidral, que o questionou: “O que mudou das eleições para cá da sua percepção sobre Jair Bolsonaro?”. “Eu já havia dito isso logo ao assumir que nunca tivemos alinhamento com o governo Bolsonaro. E nunca foi preciso. Se todas as medidas do governo Boslonaro forem boas para o Brasil e para os brasileiros, nós apoiamos e apoiaremos. Nossa posição não mudou”, respondeu.

Quanto à questão do embate com o líder da OAB, João Doria repetiu que a declaração de Bolsonaro não foi feliz. “Não quero ser juiz desse episódio, mas não foi feliz. Negar a ditadura ou fazer colocações como essa não é contributivo”, disse.

Doria relembrou que seu pai, João Agripino Dória, era filiado ao Partido Democrata Cristão (PDC) e teve o mandato de deputado federal cassado pelos militares. “Nunca trabalhei com ódio e nem meu pai, que nunca odiou os militares, apesar de todo o sofrimento que teve”, comparou.

Bolsodoria
O governador foi lembrado que sua dobradinha com Bolsonaro em 2018 ganhou até mesmo o nome de “Bolsodoria“. “Isso não foi uma criação nossa. Surgiu naturalmente”. Embora as críticas ao presidente comecem a emergir do lado do tucano, ele ainda as faz de maneira branda. “Quero falar do hoje e do agora: torço e continuo torcendo para o bem do Brasil e para o êxito do governo Bolsonaro. Isso não depende de questão partidária”.

No entanto, Doria assegura que O PSDB não tem alinhamento com a gestão federal “e não vai ter”. Ele ressaltou que sua legenda não fez indicações para ministros e nem fará. “Nós temos um presidente vigoroso, o Bruno Araújo, conduzindo muito bem o partido e a nossa posição é: vamos defender o Brasil. O Brasil mais do que nunca precisa de paz, não precisa de mais conflitos, de mais antagonismos”, disse o governador.

“Precisamos de um foco específico, sobretudo na área econômica, que é geração de empregos e oportunidades, apoio ao empreendedorismo e redução da miséria, que é o melhor programa social que pode ter para o Brasil. E quanto menos conflitos tivermos, melhor será para a atividade econômica. Não é hora do Brasil ter a política do ódio”, observou.

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