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Novo usará fundo eleitoral para alavancar partido em 2024, diz presidente da sigla

O partido Novo diminuiu em 2022, perdendo cadeiras no Congresso Nacional, nas assembleias estaduais e no Distrito Federal

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Eduardo Ribeiro Novo / Metrópoles
1 de 1 Eduardo Ribeiro Novo / Metrópoles - Foto: Metrópoles reprodução

O presidente nacional do partido Novo, Eduardo Ribeiro, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, afirmou que a sigla mudará a estratégia para criar bases regionais nas eleições de 2024 a fim de evitar que desapareça em 2026. Uma das medidas será usar o fundo eleitoral, recurso que a legenda era contrária até então.

“Nós enfrentamos um dilema de responsabilidade com convicção. Claramente, nós chegamos a um modelo hoje, no Brasil, que é praticamente inviável sobreviver ou disputar em pé de igualdade com aquilo que nós nos propúnhamos e nos propusemos a fazer como partido político, de não usar recursos públicos”, explicou Ribeiro.

“Agora, somos um partido de financiamento híbrido. Evidentemente que, agora, a questão do fundo partidário vai entrar em fundo eleitoral para as eleições. Também vai entrar em discussão, porque nós quebramos esse paradigma. Eu acho que a grande questão aqui é o princípio do Novo. Sempre foi o respeito aos recursos públicos”, destacou.

Eduardo Ribeiro ressaltou que, quando o partido foi fundado, lá em 2011, não existia fundo eleitoral, e o fundo partidário era menor do que é hoje. “À época, o fundo partidário era uma fração do que é hoje. Eram permitidas as doações por pessoa jurídica, sem limite de doação de pessoa física”, justificou.

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“Tudo isso mudou de lá para cá. O fundo eleitoral foi criado com uns R$ 5 bilhões. Hoje, é de R$ 1 bilhão. Não são mais possíveis as doações de pessoa jurídica, e as de pessoas físicas têm um teto de 10%, ou seja, limita até mesmo a capacidade de grandes doadores ajudarem os partidos políticos, ou seja, o próprio sistema se moldou para dificultar o nosso modelo de campanha”, completou.

Presente e futuro do Novo

Em 2018, o Novo elegeu oito deputados federais, 11 estaduais e um distrital, além do governador Romeu Zema, em Minas Gerais. Em 2022, a legenda não atingiu a cláusula de barreira e diminuiu, chegando a três deputados federais, cinco estaduais e nenhum distrital. Mas Zema reelegeu-se ao governo mineiro.

Questionado se Zema sairia candidato à Presidência da República, Eduardo Ribeiro descartou a possibilidade, mas acredita que essa  discussão está antecipada.

“Tem muito chão pela frente e, certamente, o governador vai querer estar na mesa. Ele é visto como presidenciável e não é a toa, pelo fato de ele ter feito um grande trabalho à frente do governo de Minas Gerais”, afirmou.

Ele também mencionou que a sigla poderá apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Palácio do Planalto, caso ele concorra ao pleito de 2026. A ideia é viabilizar uma candidatura contra o PT, de direita ou centro-direita.

“Minha função, como presidente, e nós, como partido político, é conseguir construir uma alternativa, porque nós somos oposição ao governo Lula e ao PT. Não queremos a continuidade do PT no Brasil, e temos que encontrar uma alternativa, se vai ser o governador [Romeu] Zema, se vai ser o [o governador de São Paulo] Tarcísio [de Freitas], se vai ser outra liderança de centro direita ou da direita”, explicou.

PL das Fake News

O presidente do Novo ainda se colocou contrário ao projeto de  lei (PL) das Fake News, que vem sendo discutido no Congresso Nacional. De acordo com ele, o texto deve ser melhor debatido para não gerar censura nas plataformas digitais.

“Não somos refratários a outro texto. Não queremos a forma como isso está sendo colocado em pauta. Cerca de 40% dos artigos foram inseridos nas últimas semanas. Dizer que está sendo discutido há três anos é mentira”, avaliou. “Ele foi altamente alterado nas últimas semanas para cá e se tentou aprovar a toque de caixa”, criticou.

Para o Novo, o texto, em vez de criar um órgão censurador, transfere a responsabilidade para as plataformas digitais, sem ação judicial.

“Existem questões lá muito preocupantes. Nós somos absolutamente contrários. Nós entendemos que o modelo que é feito tende a uma censura terceirizada. O Estado transfere para as big techs a responsabilidade de censura prévia. Vamos censurar sem uma ordem judicial, ou sem a atuação do Ministério Público, e mediante uma punição, uma multa”, analisou.

Veja a entrevista completa:

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