“Novo na política é falar a verdade”, afirma Alckmin
O governador de São Paulo defende prévias para definição do candidato do PSDB à presidência da República na eleição de 2018
atualizado
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Em disputa com o prefeito paulistano João Doria para ser o candidato do PDSB na eleição presidencial de 2018, o governador Geraldo Alckmin (SP) criticou nesta segunda-feira (4/9) quem defende a ideia de que o novo na política é ser jovem ou ter pouca experiência na política.
“O novo é idade? 30, 50, 70 anos? Eu acho o FHC (Fernando Henrique Cardoso) novo, e ele tem um pouco mais que isso. Novo é nunca ter sido candidato, ter experiência pública ou mandato? O novo é, primeiro, falar a verdade, olhar nos olhos e as pessoas acreditarem e, segundo, defender o interesse coletivo, que é órfão no Brasil todo dia”, criticou, ao participar de evento na capital paulista.
Alckmin reiterou que quer ser candidato à presidência da República, mas disse que isso não depende dele, mas do partido. “Eu me preparo permanentemente”, salientou.Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, Doria admitiu que pode deixar o PSDB, mas negou disputar prévias com Alckmin.
O governador afirmou também que, se for presidente, pretende apresentar, logo de cara, reformas da Previdência e tributária, deixando claro que o principal problema do país é fiscal. “Governo não é pra ser executor, mas sim regulador e fiscalizador”, destacou.
Ele criticou a decisão do governo em dar aumento de salário a servidores com quatro anos de antecedência. “É inacreditável isso em país com rombo fiscal”, afirmou. Em relação ao câmbio, disse que sua preocupação é não deixar a moeda sobrevalorizar.
Citou, inclusive, quais são os economistas com quem tem conversado para discutir a situação do País: Armínio Fraga, Eduardo Giannetti da Fonseca, José Roberto Mendonça de Barros, Pérsio Arida, Monica de Bolle e até o senador paulista José Serra (PSDB). Evitou, no entanto, dizer quais seriam os seus ministros. “Isso dá um azar danado”.
Prévias
O governador voltou a defender nesta segunda a realização de prévias para a escolha do candidato tucano nas eleições presidenciais do ano que vem e descartou deixar a sigla para participar da corrida pelo Palácio do Planalto caso não receba a indicação de seu partido.
“Sou a sétima assinatura na fundação do partido (PSDB). Não mudei de partido, eu fundei um partido. Nós criamos um partido novo para fazer a diferença”, respondeu Alckmin ao ser questionado se poderia sair do PSDB para disputar o pleito.
O governador reiterou o interesse em lançar candidatura à Presidência da República no ano que vem e chegou a citar quais seriam suas prioridades no cargo.
Em entrevista dada a jornalistas após sua participação no evento, Alckmin defendeu que quando o partido tem mais de um candidato, as prévias partidárias representam a “maneira democrática” de escolher quem vai concorrer. “Esse é o bom caminho, mas não é agora, isso é mais para frente, no devido tempo”.
O governador também foi questionado sobre as declarações do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de que o povo é que deve definir quem será candidato tucano. Cotado para disputar a presidência da República em 2018, Doria rechaçou participar de prévias contra Alckmin e não descartou a possibilidade de trocar de partido para disputar o cargo. “Não vejo nenhum problema. O João é uma pessoa muito querida e vamos trabalhar juntos”, comentou.