Novo ministro de Bolsonaro se aliou a governo do PT e votou em Lula e Dilma
O deputado Fábio Faria (PSD-RN) foi indicado pelo presidente da República para assumir o comando do Ministério das Comunicações
atualizado
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O futuro ministro das Comunicações, deputado Fábio Faria (PSD-RN), foi indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para comandar a pasta. Apesar dos 42 anos, o parlamentar acumula experiência no Parlamento – e não será a primeira vez no Executivo.
Durante os 13 anos do governo petista, Faria fez parte do conselho político de Luiz Inácio Lula da Silva como líder do PMN na Câmara. Além disso, expressou abertamente apoio às candidaturas de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff.
No Twitter, em publicações antigas, Faria escreveu em 25 de agosto de 2010, já na reta final do segundo mandato de Lula: “Faço parte do conselho político de Lula como líder do PMN há 3 anos e por isso mantenho minha coerência em votar em Lula desde 2002”. Agora, com a mais recente indicação, o tweet foi apagado.
Após Dilma vencer as eleições pela primeira vez, o deputado também foi ao Twitter reafirmar apoio à ex-presidente e ressaltou que o PSD, partido dele à época, estava “integradíssimo” à base aliada da petista.
Digo e reafirmo! O PSD está integradíssimo a Base de apoio da Presidente Dilma!! E no estado estará c Rosa! Aliás, o Vice dela será o Pres.
— Fábio Faria ?????? (@fabiofaria5555) June 3, 2011
Na noite de quarta-feira (10/06), Bolsonaro anunciou, em postagem no Facebook, a recriação via medida provisória do Ministério das Comunicações e o nome do titular da pasta, que foi desmembrada do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
“Garanhão” da Odebrecht
O deputado e futuro ministro também já foi citado em delações por executivos da J&F e da Odebrecht, acusado de ter recebido supostos repasses ilegais. Ele, inclusive, ganhou apelido um tanto quanto inusitado do Judiciário brasileiro.
À época, Faria recebeu o nome de “garanhão” na planilha da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato. Na lista do conhecido departamento de propinas, que apurava ilegalidades em contratos com a empreiteira, o deputado também aparece como “bonitão”.
Conforme inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Faria teria embolsado R$ 100 mil como doação da empreiteira durante a campanha de 2010. O caso, no entanto, foi arquivado na Corte.
No Congresso, o parlamentar já tinha a fama de conquistador. Antes de engatar o namoro com Patrícia Abravanel, Fábio já havia se envolvido com outras famosas, como Sabrina Sato e Priscila Fantin.