Novaes: “Governadores oferecem esmola com dinheiro alheio”
Presidente do Banco do Brasil encaminhou na manhã desta quinta-feira mensagem via WhatsApp com vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, encaminhou na manhã desta quinta-feira (02/04), via WhatsApp, a mensagem “Caiam na real”, acompanhada do vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no país, em meio à pandemia da Covid-19.
“Pode ter certeza que a senhora fala por milhões de pessoas”, respondeu o presidente à mulher, que o aguardava em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial, acompanhada dos dois filhos. Além da retomada dos serviços, ela também solicitou a presença do Exército nas ruas.
A mulher se identificou como professora da rede privada e mãe de família. “Não quero dinheiro do governo, eu quero trabalho”, disse ela.
Ao ser questionado pela reportagem do Estado sobre o vídeo, o presidente do BB disse que “governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”. “Esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem. E pessoas querem viver de seu esforço próprio”, disse.
Segundo Novaes, depois que se monta um “grande Estado assistencialista”, fica difícil desmontá-lo. “Crises instigam os piores instintos intervencionistas e estatizantes. Não podemos deixar que esta crise médica, por mais séria que seja, destrua as bases de nossa sociedade”, ressaltou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nessa terça-feira (31/03) que as pessoas que enfrentam “dificuldade” financeira para se manterem em isolamento podem obedecer às recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, porque há recursos sendo mobilizados para isso.
“É uma quantidade formidável de recursos. Amparo formidável à sociedade. E podemos avançar mais”, disse. A declaração foi dada durante entrevista no Palácio do Planalto, onde também estavam os ministros Mandetta, Sergio Moro (Justiça) e Braga Netto (Casa Civil).
O governo já divulgou o auxílio emergencial dado a trabalhadores informais, com impacto de R$ 98 bilhões aos cofres públicos.
O programa para a manutenção de empregos com carteira assinada durante a crise custará outros R$ 51,2 bilhões em compensações aos trabalhadores. O Brasil, seguindo exemplo de outros países do mundo, ampliou a rede de proteção a famílias e empresas como resposta às consequências da pandemia da Covid-19.
Desde a semana passada, quando convocou cadeia nacional de rádio e TV para defender o fim do “confinamento em massa”, Bolsonaro tem feito críticas a medidas adotadas por governadores e prefeitos para conter o avanço do novo coronavírus, como o fechamento de escolas, shoppings e lojas.
As restrições seguem orientações de organismos de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta o isolamento social como o método mais eficaz de se evitar a propagação da doença, que já causou 37 mil mortes em todo o mundo e 241 no Brasil até quarta (01/04).