Nova política de preços da Petrobras incorpora “filtro” amortecedor, diz Jean Paul
Segundo Jean Paul, presidente da Petrobras, o preço internacional segue como referência, mas haverá filtro para amortecer “choques”
atualizado
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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, explicou nesta terça-feira (16/5) que a nova política de preços da companhia ainda terá como referência os preços no mercado internacional, mas incorpora um filtro para amortecer “choques” externos.
“Nós não estamos afastando o efeito da referência internacional, mas colocando um filtro, uma possibilidade de a Petrobras conseguir fazer, com sua capacidade de refino, com custos brasileiros, pelo menos em grande parte, para amortecer esses efeitos”, explicou.
Prates se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na sede da pasta federal, em Brasília.
Mais cedo, a Petrobras anunciou nova política de preços para os combustíveis derivados do petróleo, como gasolina e diesel, e o fim do atual modelo do Preço de Paridade de Importação (PPI), que vinculava as tarifas à flutuação do valor praticado no mercado internacional. Até então, havia uma paridade de preços com o dólar e o mercado internacional.
De acordo com a empresa, a nova “estratégia comercial” usa referências de mercado, como o custo alternativo do cliente, com valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.
Depois desse anúncio, a companhia anunciou a redução dos preços médios da venda de gasolina (de R$ 3,18 para R$ 2,78) e diesel (de R$ 3,46 para R$ 3,02) para as distribuidoras. Os valores começam a valer a partir de quarta-feira (17/5).
Petrobras reduzirá preço da gasolina em R$ 0,40; diesel cairá R$ 0,44
O presidente da companhia ainda defendeu um “abrasileiramento dos preços”: “Nós vamos ter o efeito da referência internacional? Vamos, mas ele vai estar refratado numa série de possibilidades nacionais, no abrasileiramento dos preços, que vão fazer com que a gente consolide patamares antes de fazer reajustes”.
Presidente nega intervenção
Prates negou qualquer tipo de intervenção na companhia e disse que a decisão é “uma vontade política que foi eleita, sufragada” no pleito de 2022. Ele ainda afirmou que “os instrumentos competitivos e de rentabilidade da companhia estão integralmente garantidos”.
A mudança na política de preços da Petrobras era um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criticava o PPI desde a campanha eleitoral do ano passado.