“Nós vamos mexer em privilégios” diz Boulos em sabatina na TV Record
Candidato ainda defendeu plebiscitos e referendos, caso o Congresso não colabore com as políticas de seu eventual governo
atualizado
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Guilherme Boulos, candidato à Presidência da República pelo partido Partido Socialismo e Liberdade (PSol), participou nesta quinta-feira (16/8) de sabatina na TV Record. Ele afirmou que “nenhum país sai da crise sem investimento público”, quando questionado sobre como geraria empregos com a desconfiança do setor empresarial.
Boulos aproveito a deixa para falar da proposta “Levanta Brasil”, pela qual o candidato promete gerar pelo menos 6 milhões de empregos nos primeiros dois anos de governo. Os principais pontos do projeto são a abertura de novos postos de trabalho e melhorias nos serviços públicos.
Questionado sobre a origem do dinheiro que usaria para fazer esse tipo de investimento, ele afirmou que se deve “desmistificar” a máxima de o Brasil estar falido. “Não somos um país pobre, o problema é que o dinheiro não chega aonde deve”, enfatizou.
Logo após citar a forma como o atual presidente Michel Temer lidou com deficit público, o candidato criticou os cortes promovidos pelo governo federal e explicou: “Quando você corta [em algum setor], gera menos emprego, com menos renda, e as pessoas consumem menos. O resultado é que o Estado vai arrecadar menos no ano seguinte”, ponderou.
Grandes fortunas e Congresso
Coordenador do Movimento Sem-Terra, Guilherme Boulos defendeu a reforma tributária e a taxação das grandes fortunas. Para ele, não faz sentido aumentar apenas os impostos de carros comuns, sem que eles incidam sobre jatos, helicópteros e aviões particulares, entre outros itens de alto luxo. “Nós vamos mexer em privilégios”, garantiu.
Sobre o apoio necessária do Congresso Nacional para concretizar seus projetos, caso seja eleito, o representante do PSol disse: “Acho que o povo vai saber renovar [o Parlamento]. Não só os nomes, mas também as práticas”. Também defendeu a realização de plebiscitos e referendos, caso deputados e senadores não colaborarem com sua eventual gestão.
O político também avaliou a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva, criticando o fato de o petista estar preso, mas outros políticos como Temer e o senador tucano Aécio Neves não terem sido ainda julgados. Boulos afirmou: se vencer a corrida eleitoral de outubro, dará indulto a Lula e ao catador Rafael Braga, preso durante protesto popular no Rio de Janeiro, pois considera que ambos estão encarcerados injustamente.