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Após 36 anos e gastos de R$ 15 bi, ferrovia Norte-Sul será entregue

Com custo estimado de R$ 15 bilhões, o modal corta três estados: Goiás, Maranhão e São Paulo. A ferrovia agora tem 2.257 km de extensão

atualizado

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Divulgação/Valec
valec, ferrovia norte-sul
1 de 1 valec, ferrovia norte-sul - Foto: Divulgação/Valec

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja, na manhã desta sexta-feira (16/6), para o município de Rio Verde, no estado de Goiás, para inaugurar a Ferrovia Norte-Sul, após 36 anos do início de sua construção, em 1987. As obras já custaram, até agora, cerca de R$ 15 bilhões.

Por ter começado a ser erguida ainda no governo do ex-presidente José Sarney (MDB), em 1986, o 31º presidente do Brasil foi convidado por Lula para participar da solenidade, que também deve ter a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho.

A Norte-Sul, agora com extensão de 2.257 km, possibilitará maior escoamento de commodities, como soja, milho e algodão.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista a um pool de rádio, na quinta-feira (15/6), que está feliz com a data.

“Demorou 30 anos, mas finalmente está pronta. Estou muito feliz. Nós vamos continuar fazendo ferrovias para que a gente possa ter um sistema intermodal: combinar rodovia, ferrovia e transporte marítimo, para que o país possa diminuir o custo Brasil. Um desses custos significa, muitas vezes, a má qualidade do transporte”, completou.

Trecho da obra da Ferrovia Norte-Sul - Metrópoles
Trecho da obra da Ferrovia Norte-Sul

Redução de 40% no frete

O traçado original previa 4,1 mil km de trilhos, literalmente, cortando o país. Do porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul – daí o nome da ferrovia.

Depois de erros técnicos, inúmeros escândalos e cerca de R$ 15 bilhões investidos, esse percurso encolheu. A Norte-Sul ficou com 2,2 mil km, entre Açailândia, também no Maranhão, e Estrela d’Oeste, em São Paulo, cortando a região central do Brasil.

Embora menor, esse trajeto ainda é colossal. Ele corta quatro das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste). Para Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, os benefícios incluem redução de até 40% dos custos de frete e, quem sabe, o início de uma mudança da concepção sobre logística no país.

“O custo do frete é uma delas [vantagens do transporte ferroviário]. Ele varia de acordo com a distância do transporte. Em percursos acima de 800 km, o frete em uma ferrovia pode ser entre 30% e 40% mais barato do que o rodoviário. Acima de 1,5 mil km, estamos falando seguramente de valores superiores a uma economia de 40%. Esse é o caso da Norte-Sul”, explica o especialista.

Avanço lento

Iniciada em 1986, a Norte-Sul avançou lentamente. Em 2007, no contexto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), houve um impulso, com obras no trecho entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), que foi subconcedido e hoje é operado pela VLI Logística.

Já em 2019, a operadora logística Rumo passou a gerir o tramo Sul do empreendimento, com 1.537 km de trilhos. Nos últimos quatro anos, a Rumo construiu três novos terminais em São Simão (GO), Rio Verde (GO) e Iturama (GO). Foram investidos R$ 4 bilhões nesse período.

Além dos terminais, outras obras de infraestrutura foram necessárias para concluir a ferrovia, como a construção de quatro pontes entre Goiás, São Paulo e Minas Gerais, centenas de quilômetros de trilhos e inúmeros pátios, como o que faz a ligação entre as malhas Central e Paulista na cidade de Estrela D’Oeste (SP).

Mesmo só sendo entregue agora a obra completa, as últimas etapas da ferrovia já resultaram em melhorias de infraestrutura para o escoamento da produção da Região Centro-Oeste. Em 2022, cerca de 7,8 milhões de toneladas de soja, milho e farelo foram transportadas pelos novos trechos da ferrovia.

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