No Twitter, reação negativa à suspensão de contratos foi maioria
Levantamento da agência AP Exata pode ajudar a explicar recuo de Jair Bolsonaro (sem partido) quanto a trecho da MP nº 927/2020
atualizado
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Dados da agência de comunicação digital AP Exata sobre as reações no Twitter à Medida Provisória nº 927/2020, que permitia a suspensão de contratos de trabalho por até quatro meses sem salários, ajudam a explicar o recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto à proposta. Em um mês já difícil para o chefe do Executivo federal na rede, a nova medida impulsionou impressões negativas sobre a gestão dele.
Após 14 dias de comentários majoritariamente negativos – período que engloba a participação do presidente em atos pró-governo mesmo de quarentena por causa do novo coronavírus –, Bolsonaro teve leve recuperação no sábado (21/03), dia do seu aniversário. De lá para cá, contudo, a popularidade no Twitter voltou a cair.
A consultoria destaca que, embora apoiadores do presidente tenham subido a hashtag #JairNãoCaiNemaPau para tentar blindá-lo, as hashtags #BolsonaroGenocida e #ForaBolsonaro estão entre as mais utilizadas. Segundo o levantamento, predominaram sentimentos como “medo” e “tristeza” nos comentários sobre a medida.
Publicada no domingo (22/03), a MP causou intensa repercussão negativa por permitir a suspensão do salário do trabalhador em tempos de incertezas econômicas devido às medidas de isolamento necessárias ao controle do coronavírus. Na prática, o empregador ofertaria programa de qualificação profissional e só pagaria “ajuda compensatória mensal e sem natureza salarial” caso houvesse acordo.
Após as reações negativas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi ao Twitter anunciar um recuo e dizer que determinara a revogação do artigo em questão. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (23/03), contudo, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, garantiu que o governo não desistiu da medida.