No Twitter, Arthur Lira acusa Maia e líderes do bloco de “repressão” e “ameaça”
Maia respondeu chamando de “Bolsolira” o candidato do presidente Jair Bolsonaro à sucessão da Câmara dos Deputados
atualizado
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Candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) acusou, neste sábado (9/1), sem citar nomes, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes de partidos do bloco liderado pelo colega de repressão e ameaças de exoneração.
Lira, apoiado por Jair Bolsonaro, acrescentou que Maia conduziu a Câmara de forma personalista e que a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) é fruto de uma imposição. Nos últimos dias, ele tem intensificado os ataques contra os ex-aliados Maia e Rossi.
“Chegam relatos de pressão de governadores nas bancadas, repressão das cúpulas partidárias e até ameaças de exonerações dentro da Câmara. Tudo isso lá do lado da turma que fala em democracia e liberdade”, escreveu Lira, no Twitter.
Chegam relatos de pressão de governadores nas bancadas, repressão das cúpulas partidárias e até ameaças de exonerações dentro da Câmara. Tudo isso lá do lado da turma que fala em democracia e liberdade…
— Arthur Lira (@ArthurLira_) January 9, 2021
“Minha candidatura nasceu da base de deputados buscando sua voz e espaço para se manifestar. A Câmara foi tocada de maneira personalista e o outro projeto nasceu de uma imposição. E a imposição e força continuam”, acrescentou.
Lira conta com o apoio de PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Pros, Patriota, PSC e Avante, num total de 193 parlamentares. O PTB, com 11 deputados, e o Podemos, com 10, devem seguir com ele, totalizando 214.
Enquanto isso, o bloco liderado por Maia e que tem Baleia Rossi como candidato, conta com o apoio de PT, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede, com 281 deputados.
Na última quinta-feira (7/1), numa jogada articulada com deputados bolsonaristas do PSL, Lira tentou tirar o partido do bloco de Rossi. Um grupo de 32 dos 53 deputados assinou um documento pedindo a mudança de bloco, o que pode não ter efeito, visto que, desses, 17 estão suspensos. Na próxima semana, o partido vai se reunir para analisar o caso, que pode gerar expulsão.
A eleição da Mesa Diretora está prevista para 1° de fevereiro, com voto secreto – o que abre margem para possíveis “traições”. Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos 257 votos.
Resposta de Maia
Por meio da assessoria, Rodrigo Maia respondeu que, “cada vez mais, o candidato do Bolsonaro usa das mesmas práticas do seu chefe. Por isso que cada vez mais eu ouço ele ser chamado de ‘Bolsolira’. Mesmo antes mesmo da eleição, ele já começa a usar práticas do seu chefe. E eu prefiro responder ao chefe dele, como fiz ontem em relação às críticas às alianças no nosso campo.”
Segundo Maia, “esse tipo de atitude, com narrativas falsas, tentando transferir para o nosso campo atitudes que o padrinho dele defende e aplaude, é demonstração do desespero que já bateu na campanha do candidato do Bolsonaro”.