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No rastro da propina, PF vai pedir dados ao Jaburu, onde mora Temer

Força-tarefa da Lava Jato, com autorização do Supremo, busca informações para comprovar o que delataram os executivos da Odebrecht

atualizado

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Ichiro Guerra/PR
Palácio do Jaburu, residência oficial onde Geraldo Alckmin irá morar
1 de 1 Palácio do Jaburu, residência oficial onde Geraldo Alckmin irá morar - Foto: Ichiro Guerra/PR

Encerrada a fase das delações, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal começam a trabalhar na materialidade de provas que sustentem as informações passadas pelos executivos da Odebrecht. A ordem, agora, é mapear onde, quando e como ocorreram as entregas de dinheiro vivo a políticos. Nem o presidente Michel Temer (PMDB) vai escapar dessa etapa das investigações.

Segundo reportagem publicada neste sábado (15/4) pelo jornal Folha de S. Paulo, a PF vai solicitar, por exemplo, o registro de controle de entrada no dia 28 de maio de 2014 no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde vive o atual presidente Temer.

O pedido faz parte de diligências autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), acusados de receber propina.

Naquele data de maio de 2014, ocorreu um jantar, segundo os delatores, em que Temer e Padilha teriam discutido com Marcelo Odebrecht a doação ao PMDB em 2014. O valor entregue teria sido de R$ 10 milhões, em espécie.

Outros alvos
A polícia, de acordo com a reportagem, vai rastrear as ações de parlamentares e ministros, que também teriam exigido contrapartidas em troca da aprovação de projetos de interesse da empreiteira, como medidas provisórias. Os investigadores querem obter informações sobre voos, hospedagens e registros de entradas e saídas em órgãos públicos como Congresso, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Aviação Civil.

Em outra frente, ao menos 166 citados nos depoimentos serão intimados a depor a partir da próxima semana. A lista inclui políticos alvo de inquéritos, autoridades não investigadas, além de empresários, operadores, entre outros que vão falar como testemunhas. Do total de pessoas que serão intimadas pela PF, cerca de 100 são políticos.

Ex-funcionários da Odebrecht também serão chamados para novos depoimentos em que detalharão os casos delatados por eles. O patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, e seu filho Marcelo estão na lista.

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