No Mercosul, Bolsonaro defende ampliação de negociações fora da região
Presidente disse ainda que diferenças de perspectivas, de natureza política ou econômica, não devem afetar projeto de integração
atualizado
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Em reunião da Cúpula do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu rede de negociações comerciais extrarregionais.
“Entendemos que a regra do consenso não pode ser transformada em instrumento de veto ou de freio permanente. O princípio da flexibilidade está inscrito no próprio Tratado de Assunção”, discursou o chefe do Executivo brasileiro.
“O Brasil deseja contar com o apoio dos demais membros do bloco para seguir ampliando a rede de negociações comerciais extrarregionais, de modo a contribuir para a rápida retomada do crescimento e impulsionar um novo ciclo virtuoso do Mercosul”, continuou o presidente.
“Diferenças de perspectivas que existam entre nós, de natureza política ou econômica, não devem afetar o andamento do projeto de integração, desde que respeitados os princípios que balizam o bloco. Entendemos que a regra do consenso não pode ser transformada em instrumento de veto ou de freio permanente”, completou Bolsonaro.
30 anos
O evento, que marca os 30 anos do lançamento do bloco, estava previsto para ocorrer de modo presencial e marcaria o primeiro encontro entre os presidentes do Brasil e da Argentina, Alberto Fernández. Na abertura da reunião virtual, Fernández lamentou o formato remoto e defendeu a promoção da democracia, da liberdade e da paz na região.
A Argentina exerce a presidência pró-tempore do bloco, que também tem como integrantes plenos Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está suspensa. Outros sete países sul-americanos são membros associados.
A relação entre Bolsonaro e Fernández é marcada por distanciamento e tensão. O brasileiro fez campanha para o ex-presidente argentino Maurício Macri, derrotado por Fernández em 2019, e cumprimentou o eleito pela vitória. O argentino, por sua vez, já fez diversos gestos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro.
Os presidentes brasileiro e argentino se reuniram apenas uma vez, virtualmente, no fim de novembro passado – um ano após a eleição de Fernández. Na ocasião, de acordo com a Casa Rosada, o argentino pediu a Bolsonaro que deixassem as diferenças políticas de lado em prol do fortalecimento do Mercosul.
Bolsonaro deixou o evento durante a fala do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez. A tela que aparecia o líder brasileiro ficou preta.