No Brics, Bolsonaro ressalta papel da China na produção de vacinas
Presidente disse que parceria com o país asiático tem sido essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil
atualizado
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Em participação virtual na XIII Cúpula do Brics, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ressaltou as relações com os outros quatro países do bloco — Rússia, Índia, China e África do Sul — e assinalou a importância do país asiático para a produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
Bolsonaro lembrou da última cúpula presencial do grupo, realizada em Brasília em novembro de 2019, quando, ressaltou, teve a última reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping.
“Aquela foi, por exemplo, a última ocasião em que me reuni pessoalmente com o presidente Xi Jinping, quando discutimos temas da parceria estratégica global entre nossos dois países, bem como o bom estado de nossas relações bilaterais em diversas vertentes, mais especialmente no âmbito comercial de investimentos”, disse Bolsonaro em seu discurso de cerca de cinco minutos.
“Esta parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é produzida com insumos originários da China”, prosseguiu.
A fabricação de vacinas contra a Covid-19 no Brasil, como a AstraZeneca/Fiocruz, conta com o insumo farmacêutico ativo (IFA) proveniente da China.
O maior parceiro comercial do Brasil é seguidamente atacado pelo mandatário brasileiro em razão do regime comunista. Em outubro de 2020, Bolsonaro chegou a dizer a apoiadores, pelas redes sociais, que o governo federal não compraria a Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.
Membros de governo brasileiro e apoiadores de Bolsonaro, inclusive seus filhos, já criaram diversos incidentes diplomáticos com a China. Em um desses episódios, em novembro do ano passado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) citou supostas espionagens cibernéticas que estariam sendo promovidas pelo Partido Comunista da China. Na manifestação, feita no Twitter, o parlamentar defendeu, ainda, a discriminação da tecnologia 5G do país asiático.
Recentemente, nos atos de 7 de Setembro realizados em apoio ao presidente Bolsonaro, manifestantes exibiram cartazes pedindo a criminalização do comunismo no Brasil.
Brics
O bloco foi fundado em 2006, a princípio sem a participação da África do Sul, que passou a integrar o grupo em 2011. Desde 2009, os líderes dos países se reúnem anualmente.
Em novembro do ano passado, Bolsonaro criticou o que chamou de “monopólio do conhecimento” por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) e defendeu a reforma em organismos internacionais.
Além de Bolsonaro, estavam presentes na reunião virtual desta quinta-feira os representantes dos cinco países: Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Cyril Ramaphosa (África do Sul). A China vai exercer a presidência pro tempore em 2022.
Em um segundo discurso, Bolsonaro desejou sucesso ao país na presidência que assumirá: “Os resultados alcançados no ano corrente ratificam a solidez do nosso diálogo intra-BRICS. Ao presidente Xi Jinping, desejo muito sucesso na próxima presidência de turno do BRICS. Asseguro-lhe que a China contará com todo o apoio do Brasil”.