Nise diz que não foi convidada por Bolsonaro para assumir a Saúde
Médica se encontrou com o presidente minutos antes da comunicação de demissão do então ministro Nelson Teich
atualizado
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A médica Nise Yamaguchi negou, nesta terça-feira (1°/6), ter sido convidada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar o cargo de ministra da Saúde com a saída de Nelson Teich do cargo.
Nise teve um encontro com Bolsonaro minutos antes de o mandatário do país ser comunicado da saída de Teich do governo federal. Ela, contudo, negou ter tratado do tema com o chefe do Executivo. “Presidente nunca me convidou para ser ministra da saúde”, enfatizou.
A reunião em questão ocorreu em 15 de maio do ano passado. Na ocasião, a imunologista participou, pela manhã, da cerimônia de lançamento da campanha de conscientização e enfrentamento à violência doméstica, coordenada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Ao terminar o evento, a médica subiu a rampa para o terceiro andar, onde fica o gabinete de Bolsonaro.
O nome da médica foi ventilado no comando da pasta até pela concordância com o presidente em um ponto sensível, que, à época, ajudou a acentuar a crise no Ministério da Saúde Saúde e resultou na demissão de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Nise, ao contrário dos ex-ministros, defende um protocolo federal para a prescrição da hidroxicloroquina contra a Covid-19 desde os primeiros sintomas.
À CPI da Covid, a médica disse também não ter recebido convite formal para participar de reuniões do comitê de crise interministerial chefiado pela Casa Civil. “Fui uma colaboradora eventual. Não houve um convite formal para o gabinete de crise, houve um convite para participar daquela reunião pontual”, disse.
Defensora do “tratamento precoce” com cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19, a médica foi conselheira de Bolsonaro.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.