Ninguém pode ameaçar deputado e “sentir-se impune”, diz Rodrigo Maia
Deputado federal Jean Wyllys informou nesta quinta (24) que não assumirá novo mandato porque tem sofrido ameaças de morte
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota nesta quinta-feira (24/1) na qual disse lamentar a decisão do deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) de não tomar posse para o novo mandato. Maia acrescentou, na nota, que ninguém pode ameaçar um deputado e “sentir-se impune”. As informações são do G1.
Ao informar que não assumirá o terceiro mandato parlamentar, Jean Wyllys disse ter sofrido ameaças de morte. Segundo a assessoria, o deputado está no exterior e, diante das ameaças, não retornará ao Brasil.
A posse dos deputados eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos na última eleição, em outubro.
“Lamento a decisão tomada pelo deputado Jean Wyllys. Como presidente da Casa, e seu colega na Câmara, mesmo estando em posições divergentes no campo das ideias, reconheço a importância do seu mandato. Nenhum parlamentar pode se sentir ameaçado, ninguém pode ameaçar um deputado federal e sentir-se impune”, afirmou Rodrigo Maia na nota.
Em uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”
Homossexual assumido, Jean Wyllys tinha como principais bandeiras pautas relacionadas às causas LGBT e para minorias. De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, o suplente de Jean Wyllys é o vereador carioca David Miranda (PSOL-RJ).
Um alvo
Mais cedo, nesta quinta, Jean Wyllys concedeu entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual afirmou que o PSol reconhece que ele se tornou um “alvo” e apoiou a decisão dele de não retornar ao Brasil.
“O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, disse Jean Wyllys à Folha.
Ao G1, a assessoria de Jean Wyllys afirmou que há uma campanha “muito pesada” contra o deputado, que dissemina conteúdo falso sobre ele na internet o associando, por exemplo, à pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças.