Ninguém fala comigo sobre vacina e 5G sem antes falar com ministros, diz Bolsonaro
Na segunda-feira, o vice-presidente, Hamilton Mourão, avaliou que eventual banimento da chinesa Huawei do 5G encarecerá os serviços
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (8/12) que não trata de assuntos como a vacina contra a Covid-19 e o leilão do 5G sem antes o assunto passar pelos respectivos ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Comunicações, Fábio Faria.
“Cada ministro tem a sua atribuição. Aqui, por exemplo, ninguém vem falar comigo sobre vacina sem que antes passe pelo senhor Eduardo Pazuello, o nosso ministro da Saúde. Ninguém vem falar de 5G comigo e não está aberta agenda para quem quer que seja a pessoa, a não ser que ela venha acompanhada do ministro Fábio Faria, das Comunicações”, disse Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto.
De acordo com o presidente, “o bom andamento do governo” se dá porque nenhum ministro “ultrapassa os seus limites”.
“Nós, aqui, vivemos em harmonia, mas nenhum ultrapassa os seus limites porque só assim podemos manter a hierarquia e o bom andamento do governo”, prosseguiu.
A fala de Bolsonaro ocorre um dia após o vice-presidente, Hamilton Mourão, ter dito que os equipamentos da empresa chinesa Huawei estão em 40% das redes de 3G e 4G no país, e que o eventual banimento da companhia no 5G – algo que o presidente não esconde estar defendendo – vai encarecer os serviços para os consumidores.
Questionado sobre o posicionamento de Mourão, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o vice-presidente tem prerrogativa para falar sobre qualquer assunto e que tem liberdade de expressão. “Mas até hoje, nunca recebi pedido de audiência ou convite para falar sobre isso com Mourão”, disse.
Reunião de Pazuello com governadores
As declarações de Bolsonaro ocorrem no mesmo dia em que o ministro da Saúde se reuniu com governadores, no Palácio do Planalto, para tratar sobre um plano de vacinação contra a Covid-19.
Na reunião, Pazuello garantiu que o governo federal irá adquirir todas as vacinas que forem aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em uso emergencial.
“Todas as vacinas que tiverem sua eficácia e registros da maneira correta na Anvisa, se houver necessidade, vão ser adquiridas. É muito importante que se sigam todos os passos. Quando falamos de saúde, não podemos abrir mão de eficácia, segurança e responsabilidade. Quando nós colocarmos uma vacina, seremos nós os responsáveis”, disse o ministro durante o encontro.