“Necessidades especiais” tiram Frota do sorteio de gabinetes na Câmara
Local de trabalho do deputado eleito foi definido como exceção, após ele apresentar atestado: tem problema nos joelhos e será operado
atualizado
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O deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP) foi dispensado do sorteio dos gabinetes parlamentares para a 56ª legislatura na Câmara dos Deputados. O motivo é um grave problema nos joelhos. Ele precisará ser operado em breve.
No resultado da destinação dos gabinetes, consta que Frota foi liberado por ser portador de necessidades especiais. A classificação veio após constatação médica do problema de saúde do futuro parlamentar. Os critérios para distribuição das salas estão previstos no Ato da Mesa nº 88/2006.
Assim, seu caso foi tratado como exceção e a Casa lhe destinou o gabinete 216, do Anexo 4: embora não seja térreo, o local fica mais próximo dos elevadores e foi considerado ideal para receber alguém nas condições de saúde de Frota.
Segundo a assessoria de Alexandre Frota, ele está com lesão grave nos joelhos, causados pela prática esportiva – ele jogava futebol americano. O futuro deputado passou pela perícia médica da Câmara, a qual constatou necessidade de cirurgia devido ao rompimento do ligamento cruzado inferior.
Além de problemas de saúde como dificuldades de locomoção e necessidades especiais, mediante apresentação de laudo atestado pelo Departamento Médico da Casa, são motivos para ficar de fora do sorteio e garantir definição especial do gabinete de trabalho: ser ex-presidentes da Câmara dos Deputados; ter 60 anos de idade ou mais e ser cônjuge, pai, filho ou irmão de titular não reeleito da Legislatura vigente.
Também é dada atenção especial a mulheres; ex-congressistas, desde que titulares, além de titulares da legislatura vigente e suplentes que, durante a atual legislatura, tenham exercido o mandato por período igual ou superior a 365 dias. Caso haja mais de um pedido para o mesmo local, a decisão vai a sorteio.
Do Senado para a Câmara
Também ficou fora do sorteio, por ter sido deputado e presidente da Câmara anteriormente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Depois de ocupar, durante os últimos oito anos, o 11º andar do Anexo 1 do Senado Federal, o tucano voltará a ser deputado a partir do ano que vem e herdará o gabinete do parlamentar petista Marco Maia (PT-RS), que não se reelegeu.
Aécio ocupará o gabinete 28, um dos mais cobiçados da Câmara – além da prioridade na escolha do ambiente do trabalho, ex-presidentes da Casa ficam com os espaços mais privilegiados.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que assim como Aécio volta para a Câmara, ficará com o gabinete 232, atualmente ocupado pelo deputado José Carlos Araújo (PR-BA). Em 2016, ele ficou conhecido por presidir o Conselho de Ética quando o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) foi cassado.
Já o antigo gabinete de Cunha, de número 512, será ocupado por Luiz Carlos (PSDB-AP). Como o parlamentar já teve um mandato no passado – entre 2011 e 2014 – ele também teve preferência.
O gabinete ao lado, o 510, será ocupado por Hercílio Coelho Diniz (MDB-MG). O espaço foi, nos últimos anos, local de trabalho do deputado cassado Paulo Maluf (PP-MG).
A badalada sala 482 do Anexo 3, ocupada atualmente por Jair Bolsonaro (PSL), ficará com uma colega de partido de Frota e do futuro presidente, Carla Zambelli (PSL-SP).
Outra curiosidade do sorteio foi a escolha do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele pediu um dos gabinetes mais distantes do plenário: o 920, no penúltimo andar do Anexo 4. Caso ele consiga se reeleger para a Presidência, vai continuar ao lado do plenário e o gabinete escolhido será apenas para apoio operacional.