“Não vou sentir falta de nada”, diz Temer sobre a Presidência
Emedebista quer retomar advocacia e investir na escrita de ficções. Ele deverá voltar a morar em São Paulo com a família
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Michel Temer (MDB) prepara-se para deixar a Presidência da República. Em pouco mais de um mês, ele passará a faixa para Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista à revista Época desta semana, o emedebista, no entanto, diz que não sentirá falta de nada relativo ao cargo após voltar a vida civil. Temer está na política há cerca de 35 anos. Antes de assumir a principal cadeira do país, teve passagens pela Câmara dos Deputados, onde também comandou.
“Não vou sentir falta de nada”, disse.
Ele, a primeira-dama Marcela Temer e o filho mais novo, Michelzinho, pretendem retornar ao apartamento da família em São Paulo e tentar retomar um estilo de vida mais reservado. Além disso, o emedebista pretende reassumir atividades da advocacia e focar na escrita de ficções.
No entanto, Michel Temer reconhece um medo: a solidão. Diz que vai estranhar o fato de não ser mais procurado com afinco por jornalistas. “Vou estranhar. Mas vai ser uma experiência fantástica passar a viver comigo mesmo. Estou alimentando muito isso. É interessante: eu e eu”.
Impopular por conta de medidas econômicas, como a reforma trabalhista, o emedebista ficou com a pecha de “golpista” por conta do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Além disso, Temer deixa o Palácio do Planalto manchado por denúncias de corrupção. Quando sair da Presidência, ele perderá a imunidade temporária que ganhou quando a Câmara dos Deputados recusou a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) a processá-lo por crime comum. O emedebista também foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no processo relativo ao Decreto dos Portos.