“Não vou congelar o preço dos combustíveis na canetada”, diz Bolsonaro
Presidente voltou a falar na possibilidade de desabastecimento devido à crise de fertilizantes e disse que isso é “pior que inflação”
atualizado
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Em evento em Campinas (SP), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não vai congelar preços de combustíveis “na canetada”. Os valores cobrados nas bombas dos postos pressionaram a inflação, que atingiu 1,16% em setembro, maior alta para o mês desde o Plano Real. Neste sábado (9/10), a gasolina terá novo aumento.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula altas de 6,9% no ano e de 10,25% nos últimos 12 meses. Sobre o reajuste geral de preços, o mandatário disse que “ninguém faz isso porque quer”.
“Reclamam no Brasil do aumento de preço de mantimentos, de combustível. Ninguém faz isso porque quer. Eu não tenho poder sobre a Petrobras. Eu não vou na canetada congelar o preço do combustível. Muitos querem. Nós já tivemos uma experiência de congelamento no passado”, disse Bolsonaro, em discurso na 1ª Feira Brasileira do Nióbio, na sexta-feira (8/10).
A Petrobras anunciou, na sexta-feira (8/10), um reajuste de 7,2% no preço da gasolina e do gás de cozinha, que passa a valer a partir deste sábado (9/10). No acumulado do ano, a alta no preço do litro da gasolina na refinaria chega a 62%. No gás, o aumento alcança 48%.
Desabastecimento
O chefe do Executivo federal também voltou a falar na possibilidade de desabastecimento em função da crise de fertilizantes e disse que já começam a faltar mantimentos em vários países.
“Mantimentos em vários países, entre eles o Reino Unido, já começam a faltar. Desabastecimento, que é pior do que a inflação”, pontuou.
Na quinta-feira (7/10), o presidente afirmou que prevê “problemas de abastecimento” em 2022, em razão da queda na produção de fertilizantes pela China.
O país asiático enfrenta forte elevação dos preços da energia elétrica e, por esse motivo, pode interromper as exportações de mercadorias. Segundo Bolsonaro, isso pode gerar uma reação em cadeia na produção de alimentos e ocasionar desabastecimento no Brasil.
“Eu vou avisar um ano antes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizante. Já aumentou o preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem”, indicou.