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“Não tem espaço para proselitismo político”, diz vice-presidente da bancada ruralista

Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) é vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio e presidente da Frente pelo Brasil Competitivo

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O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), disse que a bancada ruralista, que reúne cerca de 300 deputados e é atualmente uma das mais relevantes da Câmara, não tem espaço para proselitismo político.

“Ela é diversa? É diversa. Tem parlamentares de todos os partidos de variadas posições ideológicas. O que nós queremos? Não ter na frente o espaço para proselitismo político”, disse o parlamentar ao Metrópoles Entrevista.

“A frente é defensora do agro e é absolutamente unida na defesa do agro. Então, tudo aquilo que ameaça agro terá pronta rejeição. Tudo aquilo que apoia o agro terá forte aprovação da frente”, completou. “Nós vamos trabalhar muito coesos, sempre na defesa do agro.”

O deputado admitiu discordâncias no início da relação com o governo Lula (PT) 3, como o imbróglio na Agrishow, a maior feira do agronegócio do país, quando o ministro da Agricultura de Lula, Carlos Fávaro, disse ter sido “desconvidado” e não compareceu à feira. Alinhado ideologicamente ao setor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou sendo uma das atrações do evento.

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Jardim disse ter identificado movimentos de diálogo nos últimos tempos e citou como exemplo o Plano Safra 2023/2024, afirmando que a iniciativa teve um crescimento “significativo” em relação ao anterior.

“Nós tivemos um entrevero muito ruim, que foi aquele entrevero da Agrishow, onde houve aquele desencontro. O governo disse que foi desconvidado e não se tratava disso e acabou não indo. Mas no lançamento do Plano Safra, eu quero saudar. Foi um sinal positivo”.

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Assista à íntegra da entrevista:

Reforma tributária

Nas negociações da reforma tributária, a bancada do agro conseguiu ser atendida em pontos fundamentais, como uma alíquota diferenciada para o setor, que será 40% da alíquota básica (ainda não definida). Na visão do deputado, essa votação “simbolizou um momento bom de diálogo do agro” e deu tranquilidade ao setor.

Jardim, que também preside a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, disse que os deputados e senadores de seu grupo irão trabalhar para que a proposta avance como um todo, isto é, sem fatiamento.

“Se nós identificarmos que isso terá um preço, será muita resistência, é uma demora muito grande, podemos optar por isso (pelo fatiamento)”, afirmou.

A bancada também ajudou a destravar votação das novas regras de funcionamento do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). O governo decidiu encampar o pedido do agronegócio para revisar autuações contra cooperativas de crédito que antecedem a Lei do Agro. Também acatou sugestões relacionadas à dedutibilidade dos royalties de sementes e à liquidação antecipada de garantias.

A Câmara aprovou a reforma tributária e o PL do Carf no final da última semana, após acordos costurados com o governo.

“Esses momentos que nós vivemos nos permitiram ver que o governo reconhece a frente, a FPA, e buscou diálogo conosco”, continuou Jardim.

Tarcísio e Bolsonaro

Sobre a atuação do governador de seu estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Arnaldo Jardim disse que ele teve um papel “muito relevante” na reforma ao buscar dissolver divergências e unir a bancada paulista.

“Acho que o governador Tarcísio tem uma capacidade administrativa e tem uma sensibilidade política muito presente”, salientou.

Já sobre a posição externada por Bolsonaro, que conclamou sua bancada a votar contra a matéria, Jardim disse que a manifestação não faz sentido, pois não foi justificada do ponto de vista do conteúdo.

“Com todo respeito ao presidente Bolsonaro, a sua postura de líder do PL de negar simplesmente a reforma, dizer não sem justificar, do ponto de vista de conteúdo… O máximo que se disse foi: ‘Olha, está muito rápido, tem que demorar um pouquinho mais’. Mas não foi assim. Era uma proposta que estava há 30 anos tramitando”, frisou Jardim.

Ele lembrou que o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, mostrou simpatia pela proposta, que começou a tramitar no último governo.

“No final, o Aguinaldo Ribeiro (relator da reforma na Câmara) apresentou uma proposta e o ministro então da Economia, o Paulo Guedes, manifestou simpatia pela proposta, e propôs: ‘Olha, essa proposta está em um bom rumo’. Ou seja, a discussão de conteúdo me parece devesse ser essa”, concluiu o deputado.

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