“Não sou líder nem ministro”, diz relator de denúncia na CCJ

Em sua réplica na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que debate a segunda denúncia enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer, o relator do caso no colegiado, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), afirmou que suas razões para pedir o arquivamento do processo são “exclusivamente de ordem jurídica”. “Não sou líder nem ministro de governo, sou membro dessa comissão”, disse, elevando o tom.

Durante as discussões desta quarta-feira (18/10), o tucano foi alvo de duras críticas por parlamentares da oposição, que qualificaram seu parecer como uma “carta de defesa” do presidente. Em seu pronunciamento, com duração de 20 minutos, Andrada defendeu sua independência em relação ao Planalto. “Não me cabe aqui defender nem criticar o governo Temer. Não tenho nada com isso”, falou.

O deputado reforçou a justificativa para o arquivamento do processo. Segundo Andrada, diversos assuntos levantados pela PGR na segunda peça acusatória já haviam sido tratados na primeira denúncia enviada à Câmara. O tucano classificou as delações de Joesley e Wesley Batista como “assunto superado”.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) debate desde terça (17) o parecer de Bonifácio de Andrada. A previsão é a de que o documento seja votado ainda nesta quarta (18). O calendário do Planalto prevê apreciação pelo plenário da Casa já no dia 24 da próxima semana.