Bolsonaro confirma indicação de Aras: “Estará ao lado do Brasil”
Em rápido discurso, o presidente anunciou o escolhido para a PGR: “[Será] O casamento do meio ambiente com o produtor”
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), confirmou nesta quinta-feira (05/09/2019) a indicação do subprocurador-geral Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR), no lugar de Raquel Dodge. O chefe do Executivo afirmou que o procurador é “um homem que estará ao lado do Brasil” nas questões de interesse do Ministério Público Federal (MPF).
Em um discurso rápido, Bolsonaro afirmou que uma das coisas conversadas com Aras foi a questão ambiental, sem dar muitas explicações. “[Será] O respeito e o casamento da preservação do meio ambiente com o produtor”, avaliou o presidente.
Depois de semanas de especulações e negociações sobre o nome a ser indicado para ocupar a chefia da PGR, a decisão foi revelada nesta quinta-feira por Bolsonaro. Ele tinha a opção de reconduzir Dodge ao cargo ou escolher um dos procuradores definidos pela categoria em lista tríplice, mas seguiu outro caminho. Ele admitia publicamente querer alguém “alinhado” e “que não atrapalhe o progresso do país”.
Desde o início do processo, contudo, Bolsonaro vinha manifestando a vontade de indicar alguém de fora da relação definida pelo Ministério Público Federal (MPF).
Saiba quem é
O subprocurador Augusto Aras, de 60 anos, baiano, é doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e membro do Ministério Público Federal (MPF) desde 1987. É considerado o candidato que melhor soube ler os sinais de Bolsonaro quanto aos requisitos para nomeação ao cargo.
Desde que foi eleito, Bolsonaro afirmava que não manteria procurador-geral “com viés ideológico” e sinalizava que questões ligadas a meio ambiente, direitos humanos e minorias não deveriam ser o foco. O elo entre Aras e Bolsonaro foi o ex-deputado federal pelo DF Alberto Fraga, colega de Câmara e amigo de longa data do presidente, responsável por levar o subprocurador-geral a pelo menos sete encontros no Palácio da Alvorada fora da agenda oficial.
Apesar de em sua trajetória ter tido ligação com políticos ligados ao PT, a ponto de ter seu nome vinculado como possível indicado ao Supremo Tribunal Federal pela presidente Dilma Rousseff, Augusto Aras demonstrou a Bolsonaro, em uma série de encontros no Palácio da Alvorada, que era conservador e alinhado ideologicamente a ele.
Aras se colocou como favorável à agenda de reformas do governo, teve o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Ele foi considerado importante para destravar a concessão da Ferrovia Norte-Sul.