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“Não podemos permitir um Estado anti-Rússia”, diz embaixador de Putin

No Senado Federal, representante da Rússia no Brasil afirma que conflito entre países do Leste Europeu motiva uma “caça russofóbica mundial”

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Embaixador russo no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy durante fala - Metrópoles
1 de 1 Embaixador russo no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy durante fala - Metrópoles - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, afirmou, nesta terça-feira (5/4), que a razão do conflito bélico no Leste da Europa era evitar que a Ucrânia acabasse com regiões separatistas do país. Nas palavras dele, a Ucrânia se tornou um país anti-Rússia e motivou uma “caça russofóbica mundial”.

“E isso nós não podemos permitir”, enfatizou o diplomata em audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal. “O primeiro objetivo da nossa operação é desmilitarizar a Ucrânia. O tumor nazista na Ucrânia é visível, sentido e comprovado”, prosseguiu.

Labetskiy defendeu aos senadores que a guerra entre os países é motivada pela necessidade da Rússia de garantir “segurança e liberdade” das regiões separatistas. O diplomata também associou o conflito ao, segundo ele, descumprimento do Tratado de Minsk – acordo firmado entre os países e entre as regiões de Donetsk e Lugansk para encerrar o conflito interno, em 2014.

“O poder central de Kiev, em vez de cumprir os acordos do Minsk, preparava uma ofensiva militar que deveria acabar com a independência e a vida destas regiões, de Donetsk e Lugansk. Agora, temos as provas concretas sobre as intenções de governo de Kiev de realizar a ofensiva militar ainda em março deste ano”, defendeu o representante do Kremlin no Brasil.

O embaixador sustentou que os “nacionalistas e fascistas da Ucrânia levaram a uma prática do genocídio da população de Donetsk e Lugansk, durante sete anos de não cumprimento dos acordos do Minsk”.

“Temos uma geração inteira nestes territórios, que tem agora 8 anos. Imaginem: essas crianças podem distinguir o tiroteio das armas pesadas do tiroteio das armas automáticas. Isso significa que eles passaram a sua vida diariamente nas condições de confronto militar”, destacou.

Para o embaixador, os ucranianos “negaram a possibilidade de uma existência pacífica”.

“A crise não se iniciou hoje, não se iniciou ontem, nem anteontem. O governo legitimamente eleito foi derrubado pelas forças nacionalistas, direitistas e nazifascistas, que foram apoiadas pela maioria dos países do Ocidente e financiadas por Washington. O golpe de Estado levou a uma realidade muito diferente: um país multiétnico tomou o rumo de aniquilação das entidades étnicas diferentes dos assim chamados ucranianos”, defendeu.

“Nunca poderemos compreender porque houve uma tentativa de criar identidade ucraniana negando a história comum, as interligações intimas que sempre existiam entre a gente e outras regiões do império e da União Soviética. Trata-se de uma negação do russo”, completou.

Após ouvir o diplomata russo, a CRE ouve, nesta quarta-feira (6/4), o encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach.

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