“Não há briga”, diz Mourão após discordar de Bolsonaro sobre vacina
Vice-presidente concedeu entrevista à revista Veja, na qual afirmou que o país compraria a vacina Coronavac, contrariando o presidente
atualizado
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Após afirmar que o governo compraria a vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, em parceria com o Instituto Butantan, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que, mesmo sem ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não há brigas sobre o assunto.
“Aqui não há briga e existem opiniões que, ora coincidem, ora não”, resumiu. Mourão também reforçou o cuidado que espera na produção da vacina e disse esperar que cientistas definam algumas questões ainda em aberto.
“A vacina é a vacina brasileira. Qualquer vacina vai ser produzida aqui no Brasil, e o presidente vai tomar a medida que for melhor para o conjunto da população brasileira, que é responsabilidade dele. Foi isso que eu quis deixar claro porque fica essa discussão”, pontuou.
Na entrevista que deu à Veja, Mourão disse que a polêmica em torno da Coronavac era “briga política” entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Ele também respondeu que o governo comprará o imunizante, caso aprovado, e que já alocou recursos para o Instituto Butantan, que coordena os estudos da vacina no Brasil.
Mourão também foi questionado se teria algum receio em tomar alguma vacina que venha da China. “Não, desde que esteja certificada pela Anvisa. Não tem problema nenhum” disse.
Após a declaração, Bolsonaro afirmou que “a caneta Bic” era dele e que “ainda tinha tinta”, deixando claro que a decisão caberia a ele, e não a Mourão.
O vice-presidente também falou sobre as eleições nos Estados Unidos. Entretanto, preferiu não comentar sobre preferências entre os candidatos Donald Trump e Joe Biden. Ele também disse que o apoio de Bolsonaro a Trump é “bobagem” por se tratar de uma opinião pessoal do presidente.
Segundo Mourão, não importa quem vença por lá, porque as relações continuarão as mesmas. “A relação entre o Brasil e os Estados Unidos é institucional, de Estado para Estado”, afirmou.