“Não foi a melhor decisão a ser tomada”, diz Mourão sobre André do Rap
Ministro Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus a líder do PCC, que fugiu após ser colocado em liberdade
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que a liberação do líder do PCC, André do Rap, “não foi a melhor decisão a ser tomada”. Mourão citou “a periculosidade do marginal” e disse que “a sociedade não aceita decisões que coloquem em risco ela própria”. As declarações foram dadas na manhã desta terça-feira (13/10), na chegada ao prédio da vice-presidência.
“Você sabe que opinião está entre a dúvida e a certeza, não é? Eu acho que não foi a melhor decisão a ser tomada pela periculosidade do marginal. O cara já sumiu no mundo”, afirmou.
“Eu não vou dizer que gera um desgaste, é que a sociedade hoje, ela não aceita mais determinadas decisões que coloque em risco ela própria. Isso aí gera uma reverberação, principalmente na porção mais esclarecida da sociedade, mas compete ao próprio Supremo corrigir isso daí. A letra fria da lei, ela foi obedecida”, opinou Mourão.
O vice-presidente usou o regramento militar como exemplo. De acordo com ele, no Exército, quando se analisa uma transgressão, deve-se avaliar “a pessoa do transgressor”.
“Se o camarada é um transgressor contumaz, você vai dar um tipo de punição para ele. Se é a primeira vez, é outro tipo de punição. Então, talvez tivesse sido analisado melhor quem era a pessoa a quem estava sendo dado o habeas corpus”.
Libertação e fuga
Antes de ser detido, André do Rap passou cinco anos foragido e estava preso desde setembro de 2019. Numa decisão emitida pelo ministro Marco Aurélio Mello, acabou sendo colocado em liberdade. o traficante, porém, teve a soltura revogada pelo presidente do STF, ministro Luís Fux, mas desapareceu após deixar o presídio.
Considerado um dos líderes principais do Primeiro Comando da Capital (PCC), o traficante chegou de carro até a cidade paranaense de Maringá, onde teria pegado um avião particular até o Paraguai, segundo investigadores que o seguiam.
Ao deixar a penitenciária, ele seguiu de carro de Presidente Venceslau, no interior paulista, rumo a Maringá. De lá, a polícia acredita que ele tenha embarcado em um jato particular e voado rumo à Bolívia ou ao Paraguai.