Não faltarão recursos para vacinas gratuitas a todos, diz Bolsonaro
De acordo com presidente, projeção é do Ministério da Economia. Atualmente, quatro vacinas estão na fase 3 de testagem em humanos no Brasil
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (7/12) que, de acordo com o Ministério da Economia, não faltarão recursos para que todos os brasileiros tenham acesso gratuito à vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Em publicação feita nas redes sociais, Bolsonaro disse que após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) certificar uma vacina eficaz contra a doença, ” o governo brasileiro ofertará a vacina a toda a população de forma gratuita e não obrigatória”.
– Em havendo certificação da @anvisa_oficial (orientações científicas e preceitos legais) o @govbr ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória.
– Segundo o @MinEconomia não faltarão recursos para que todos sejam atendidos.
– Saúde e Economia de mãos dadas pela vida. pic.twitter.com/l1JmtnBkRI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 7, 2020
Apesar de não fazer referência, a postagem foi feita no mesmo dia em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o plano de vacinação com a CoronaVac – produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan – começa no dia 25 de janeiro de 2021.
Vacinas e plano de imunização
Atualmente, quatro vacinas estão na fase 3 de testagem em humanos no Brasil. São elas:
- AstraZeneca + Universidade de Oxford: 70% de eficácia, com uma variação de 62% a 90% de acordo com a dose aplicada.
- CoronaVac: ainda sem a taxa de eficácia divulgada.
- Pfizer + BioNTech: 95% de eficácia e mais de 94% eficaz em idosos acima de 65 anos, segundo dados preliminares da fase 3.
- Janssen: ainda sem a taxa de eficácia divulgada.
Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou os primeiros pontos da estratégia “preliminar” para a vacinação da população. Segundo a pasta, o plano será dividido em quatro etapas:
- Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.
- Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.
- Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).
- Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
Uso emergencial da vacina
Também na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou que vai aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o “uso emergencial” no Brasil. De acordo com a agência, o uso emergencial será restrito a vacinas que já estão em testes no país.
Veja os principais pontos:
- Cada pedido deve ser feito pela empresa desenvolvedora e será analisado de forma independente;
- Decisão será tomada pela Diretoria Colegiada da Anvisa;
- Serão considerados estudos não-clínicos e clínicos (em humanos);
- Serão itens avaliados: qualidade, boas práticas de fabricação, estratégias de monitoramento e controle, e resultados provisórios de ensaios clínicos;
- Empresa interessada deverá comprovar que a fabricação e a estabilidade do produto garantem a qualidade da vacina;
- Estudo clínico na fase 3 – última etapa de testes – deve estar em andamento e conduzido também no Brasil;
- Vacina com uso emergencial liberado não pode ser comercializada, ela só pode ser distribuída no sistema público de saúde;
- Liberação de uso emergencial pode ser revogada pela Anvisa a qualquer momento.
Apesar dos critérios, a Anvisa ressaltou, no entanto, que a vacina só será liberada para o público previamente definido e testado nos estudos.