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CPMI da JBS termina mais uma sessão sem votar relatórios

No início da reunião desta quarta-feira (20/9), o relator descartou convocar o presidente Temer para falar sobre ligação com irmãos Batista

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Carlos Marum CPMI JBS
1 de 1 Carlos Marum CPMI JBS - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Depois de quase três horas de trocas de farpas e acusações, deputados e senadores suspenderam a terceira reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, no início da tarde desta quarta-feira (20/9), sem votar nenhum dos requerimentos. Toda a manhã foi quase perdida, os parlamentares até aprovaram o plano de trabalho – apenas João Gualberto (PSDB-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foram contra o documento – mas, de resto, foi só bate-boca.

A reunião estava agendada para 9h, mas começou com uma hora de atraso, quando o relator, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), chegou ao plenário 2 do Senador Federal. Logo na entrada, ao ser questionado sobre a intenção de convocar Michel Temer para explicar suas ligações com os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, Marun foi categórico. “Não é minha intenção chamar o presidente”, cravou.

A CPMI JBS tem como intuito investigar os contratos da empresa frigorífica com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como o acordo de delação premiada entre os irmãos Batista e o Ministério Publico Federal (MPF). No entanto, nesta quarta, Randolfe Rodrigues solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o colegiado seja proibido de investigar o MPF.

“A comissão não pode ser usada como instrumento de retaliação ao Ministério Público e à Justiça, não pode ser uma CPMI usada pelo Planalto para constranger promotores e investigadores”, destacou o senador da Rede.

Ataques
Desde o momento em que chegou, o relator não descartou a possibilidade de que novas discussões ocorressem durante a reunião. “Eu danço conforme a música. Se quiserem valsa, tudo bem, mas se for fandango também vão ter”, disse Marun, resumindo sua disposição para o debate acalorado.

E o fandango foi mesmo o ritmo da sessão. Enquanto o presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), fazia questão de avisar que a comissão não será “chapa branca” e que ele não passará a mão na cabeça de ninguém”, o deputado João Gualberto (PSDB-BA) afirmou que a comissão “vai sim acabar em pizza”.

Depois de tanta discussão, a reunião foi suspensa e remarcada para às 9h desta quinta-feira (21/9) sem que nenhum dos 118 requerimentos – antes eram previstos 141 – fossem sequer discutidos. Os bate-bocas no retorno da sessão devem ser ainda maiores, já que os parlamentares irão debater a convocação de nomes envolvidos com a delação da JBS, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Entenda
A CPMI da JBS saiu do papel no último dia 5, depois que Rodrigo Janot passou a investigar a delação premiada dos irmãos Batista. Na semana passada, quatro senadores – Ricardo Ferraço (PSBD-ES), Cristovam Buarque (PPS-DF), Dário Berger (PMDB-SC) e Otto Alencar (PSD-BA) – deixaram a comissão após Carlos Marun ser eleito relator.

A indicação do deputado à relatoria foi uma exigência do PMDB, partido que tem mais cadeiras no Congresso Nacional. Porém, o parlamentar é apontado por oposicionistas como um “instrumento” do Palácio do Planalto para atacar os delatores e o ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

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