“Não convenceu”, diz senador sobre depoimento adiado de Pazuello
Depoimento do ex-ministro da Saúde na CPI da Pandemia estava previsto para ocorrer nesta quarta, mas militar cancelou participação
atualizado
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O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou, nesta terça-feira (4/5), que a justificativa do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para não comparecer à CPI da Covid-19 “não convenceu”.
O depoimento do militar estava previsto para ocorrer nesta quarta-feira (5/5), mas o ex-ministro comunicou a impossibilidade de comparecimento.
Segundo senadores, ele argumentou que teve contato com duas pessoas que testaram positivo para Covid-19, o que o obriga a cumprir 14 dias de isolamento social. Nesta tarde, a comissão remarcou o depoimento para o próximo dia 19 de maio.
“A mim, não [convenceu]. Eu acho que ele deverá, no momento certo, comparecer. Não acredito que esse seja o argumento mais convincente, não”, disse Wellington Fagundes à imprensa, no Palácio do Planalto, após reunião da bancada do PL no Senado com a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF).
De acordo com avaliação do senador, Pazuello está “esperando o desenrolar da CPI” e “qual o viés a CPI tomará”.
“Porque a CPI tem o papel de investigar omissões, desvios. Se ela cumprir nessa linha, esse papel, e não for de antecipação das eleições, eu acredito que o próprio presidente vai recomendar para que ele apareça”, declarou.
Articulação
Durante a conversa com a imprensa, Wellington Fagundes ainda afirmou que ficou decidido que o ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, assumirá o comando da articulação com o Senado no âmbito da CPI.
“A própria ministra [Flávia Arruda] entendeu que a CPI será tocada pelo ministro Onyx Lorenzoni, que vai estar se ocupando mais desse assunto. E ela mais na relação de governo com os partidos, enfim, na relação com os parlamentares”, afirmou o senador, ressaltando que o acerto sobre a articulação foi definido em “comum acordo”.
Nos últimos dias, os ministros palacianos – Flávia, Onyx e Luiz Eduardo Ramos, hoje no comando da Casa Civil – travaram uma disputa por mais poder e influência nos bastidores da CPI.