Namorada de Wassef redigiu pedidos do Planalto para CPI, diz jornal
Thaís Amaral Moura é assessora especial da Secretaria de Governo (Segov) e não esconde namoro com ex-advogado da família Bolsonaro
atualizado
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A servidora Thaís Amaral Moura, que aparece como autora de ao menos sete requerimentos apresentados por senadores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, é namorada de Frederick Wassef, advogado da família do mandatário do país.
De acordo com a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, Thaís e Wassef têm sido vistos juntos, em jantares e eventos, desde fevereiro deste ano.
Thaís é assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República desde 11 de janeiro de 2021, após ser nomeada pelo então ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto. Ela recebe mais de R$ 16 mil por mês.
Hoje, a Segov é comandada por Flávia Arruda (PL-DF), e o general Braga Netto virou ministro da Defesa.
Registros eletrônicos de requerimentos apresentados na CPI da Covid indicam que Thaís produziu para senadores governistas o pedido de convocação de cinco especialistas associados à defesa do chamado “tratamento precoce” ou a críticas ao lockdown.
Análise feita pelo jornal O Globo de documentos registrados na comissão mostra que em sete arquivos protocolados pelos parlamentares Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC) constam o nome da assessora especial.
As informações estão presentes nos chamados “metadados” dos arquivos protocolados no Senado pelos parlamentares.
Outro lado
Em nota, Wassef negou que seja namorado de Thaís. “Mais uma vez, meu nome foi usado indevidamente e nenhum jornalista me entrevistou a respeito deste tema até este momento. Não tenho nada a ver com esta pauta”, disse.
Já Thaís esclareceu “que meu cargo não foi indicado pelo senador Flávio Bolsonaro e que não sou e nunca fui namorada do seu advogado, Frederick Wassef”.