Nada está oculto aos olhos de Deus, diz Bolsonaro nas redes
Presidente compartilhou passagem bíblica nas redes sociais em meio a embate com ex-ministro da Justiça Sergio Moro
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais na noite desta segunda-feira (27/04) para compartilhar uma passagem bíblica, na qual diz que “nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus”.
A publicação foi feita em meio ao embate com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que pediu demissão na última sexta-feira (24/04). Na ocasião, Moro alegou que Bolsonaro estava interferindo politicamente na Polícia Federal e queria “relatórios de inteligência” da instituição, algo que não é parte das incumbências da corporação.
“Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos Daquele a quem havemos de prestar contas.” Hebreus 4:13
– Boa noite a todos! ??
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 27, 2020
Nesta tarde, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que Moro terá de comprovar no Supremo Tribunal Federal (STF) as acusações contra ele feitas.
Durante a conversa com a imprensa, um dos jornalistas afirmou que o ministro Celso de Mello indicou que deve aceitar o processo de investigação sobre as falas de Moro e perguntou o que o presidente achava disso. O chefe do Executivo foi categórico:
“O que acontece, o [ex-]ministro que saiu, fez acusações, e é bom que ele comprove. Até para minha biografia, tá ok? Agora, o processo no Supremo [Tribunal Federal] é o contrário, é ele que tem que comprovar aquilo que ele falou ao meu respeito”, disse o presidente.
“Eu espero que o Supremo analise para tirar a dúvida. Uma acusação grave que foi feita a meu respeito. Seria bom o Supremo decidir isso o mais rapidamente possível. E o [ex-]ministro pode apresentar as provas, se ele tiver, obviamente”, acrescentou.
Exames
No fim da tarde desta segunda, a Justiça Federal em São Paulo determinou que Bolsonaro (sem partido) divulgue os resultados de seus exames de Covid-19 em até 48 horas. A decisão se deu em processo movido pelo jornal O Estado de S.Paulo, que pediu judicialmente acesso aos documentos depois de a Presidência se negar a fornecer os dados via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Para a juíza Ana Lúcia Petri Betto, que assina a determinação, não se pode “negligenciar” fundamentos republicanos, “em especial quanto aos deveres de informação e transparência”, durante uma pandemia como a do coronavírus. Segundo ela, a recusa em fornecer os laudos “é ilegítima, devendo prevalecer a transparência e o direito de acesso à informação pública”.