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Na República das Cuecas, base de Temer tem 44 mulheres no Congresso

Enquanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, alega não ter tido tempo de achar ministras, o Metrópoles dá uma forcinha e mostra o número de opções entre as aliadas de Michel Temer

atualizado

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1 de 1 cueca - Foto: Kacio Pacheco/Metrópoles

República das Cuecas. Esse é o apelido do recém-empossado ministério do governo Michel Temer. Todos os 23 escolhidos do presidente são homens. O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), argumentou que não houve tempo para encontrar representantes do sexo feminino. Estranho. Afinal, não faltavam opções. Levantamento do Metrópoles mostra que, nas bancadas dos 12 partidos da base aliada, há 44 mulheres.

Na Câmara dos Deputados, PSD, PMDB, PSDB, PPS, PP, DEM, PV, PTB, PR, PSB, SD e PRB contabilizam 33 mulheres entre os 364 parlamentares do grupo — o que representa 9%. A situação é parecida no Senado: entre os 61 senadores aliados, oito são mulheres (13,1%).

Entre as mulheres da base aliada, está a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), que, durante as gestões petistas, ocupou as pastas do Turismo e da Cultura, que foi agregada à Educação.

Professora de direito da Universidade de Brasília (UnB), a antropóloga Debora Diniz escreveu artigo em que critica duramente a presença exclusiva de homens no primeiro escalão federal.

A celebração da misoginia racista é ampla. Não há mais Secretaria de Mulheres ou de Igualdade Racial, voltaremos à cidadania como palavra plural para todas nós.

Debora Diniz

“A questão de não ter a representação feminina é um retrocesso. É muito importante para nós termos mulheres, independentemente de ideologia, nos espaços de decisão”, opina Wilma dos Reis, militante da Marcha Mundial das Mulheres

Falta de tempo
Eliseu Padilha disse que não teve tempo. No entanto, entre a votação da Câmara dos Deputados e a decisiva reunião do Senado, passaram-se 25 dias.

O nome da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), por exemplo, foi ventilado para ocupar alguma pasta.

Além da falta de mulheres, Wilma questiona a qualidade da representação. “Não é apenas a figura da mulher que conta, mas a proposta que ela defende”, avalia.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (15/5), Michel Temer garantiu que haverá presença feminina no seu escalão, embora sem status de ministro. Segundo o presidente em exercício, as áreas de cultura, ciência, tecnologia e comunicações e de igualdade racial serão comandadas por mulheres, além da sua chefia de gabinete. “Portanto, eu terei no mínimo quatro mulheres integrantes do ministério”, disse.

Outra ausência
Negros também não tiveram espaço nos ministérios. A bancada dos partidos contemplados com pastas da Esplanada tem 53 deputados que se declaram pardo ou negro.

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