Na prisão improvisada da PF em São Paulo, Temer pede jornais
Ex-presidente está preso por ordem do TRF-2 sob suspeita de liderar organização criminosa que desviou R$ 1,8 bilhão em 30 anos
atualizado
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O ex-presidente Michel Temer quer a companhia de jornais em sua prisão na Polícia Federal em São Paulo. A seu advogado, o criminalista Eduardo Carnelós, que o visitou nesta sexta-feira (10/05/2019), Temer pediu jornais, já providenciados. Na quinta-feira (09/05/2019), quando entregou-se à PF, Temer levou livros na bagagem.
Temer ocupa uma sala improvisada no 9.º andar do prédio-sede da PF, no bairro da Lapa. Originalmente, a sala é destinada a reuniões, sem banheiro privativo. A defesa protesta que o ex-presidente não está alojado em ‘condições adequadas’. Carnelós quer Temer em uma Sala de Estado Maior da Polícia Militar.
“A sala onde ele está hoje é uma sala de reuniões, tem uma mesa enorme de reuniões e tinham colocado uma cama de solteiro encostada num canto, sem um banheiro de ventilação”, descreveu o advogado.
Segundo Carnelós, “a ventilação artificial, a janela está fechada até para manter a privacidade, então a janela é fechada, cortinas e tudo”.
“Este é um outro problema, é ar condicionado. O problema é exatamente este. Aqui as instalações não são apropriadas até porque são áreas de circulação de outras pessoas. Mesmo eles tendo isolado esta sala, isso traz dificuldades.”
O advogado disse que a PF ‘está montando uma outra sala, no outro andar, mas de qualquer forma, tirando alguma coisa que funcionava ali para poder alojar o ex-presidente’.
À saída da PF, depois de passar cerca de 3 horas e meia com Temer, o criminalista disse. “Eu deixei o presidente lá, estavam fazendo a transferência da cama, do frigobar para essa outra sala que não cheguei nem a ver. Porque ainda estava sendo montada. Aí chegou a refeição do presidente, ele ia comer e nós o deixamos lá para poder comer.”
A nova acomodação contaria com um banheiro. “Foi o que me disseram”, disse Carnelós. “Eu não fui ver, eu não fui visitar a sala, porque como eles ainda estavam fazendo adaptação ficava um pouco ruim operacionalmente se eu fosse lá para ver. Estavam fazendo essa adaptação, mas o que me disseram é que é uma sala que tem banheiro. Uma sala que tem banheiro, mas que ficaria num lugar de menos circulação. Porque o grande problema é esse também, é preciso garantir que não seja um local de circulação. Aqui há funcionários de empresas terceirizadas, que prestam serviço, não se pode permitir esse tipo de exposição.”
Carnelós esclareceu que “não se trata de privilégio” para Temer. “Isso não é só porque é um ex-presidente, eu quero deixar claro que não estamos falando de privilégio, estamos falando de assegurar aquilo que deve ser assegurado, em termos de privacidade, de preservação de intimidade para qualquer pessoa presa. Isso não é só porque ele é ex-presidente.”