Na ONU, Ernesto critica países que “sacrificam liberdade” por saúde
Ministro das Relações Exteriores do Brasil disse, no entanto, não fazer críticas às sociedades que adotaram o lockdown
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, chanceler Ernesto Araújo, criticou, nesta segunda-feira (22/2), “sociedades inteiras” que, segundo ele, estão se “habituando à ideia de que é preciso sacrificar liberdade em nome da saúde”.
Junto à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o chanceler discursou durante a 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
“As liberdades fundamentais são hoje ameaçadas por desafios crescentes e a crise da Covid-19 apenas contribuiu para exacerbar essas tendências”, disse Ernesto Araújo, ao ressaltar não criticar as medidas de lockdown.
“Não critico as medidas de lockdowns e semelhantes que tantos países aplicam, mas não se pode aceitar um lockdown no espírito humano, do qual depende fundamentalmente da liberdade e dos direitos humanos para exercer, assim, a sua plenitude”, prosseguiu o ministro.
Araújo ressaltou que o grande desafio é o chamado “tecnototalitarismo”, em clara referência a restrições adotadas por redes sociais a influenciadores que estariam disseminando ódio e informações falsas nessas plataformas.
Mecanismos de controle social
“As tecnologias da informação e comunicação nos trouxeram as promessas de novas plataformas para a liberdade de expressão, de acesso mais fácil e amplo a informação, mas essas tecnologias têm sido cada vez mais submetidas à censura, à vigilância e à criação de mecanismos de controle social”, afirmou.
No início deste mês, o ministro das Relações Exteriores se mostrou adepto às ideias do governo mexicano contra a suspensão, em redes sociais, de perfis do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).
Ernesto Araújo conversou com o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard Casaubon. Após o encontro, o chanceler brasileiro esclareceu, em comentário publicado numa rede social, que os dois países ficaram de trabalhar juntos, no grupo G20, pela liberdade de expressão na internet.
Por sua vez, a ministra da Mulher, Damares Alves, disse o Brasil continua firme na “defesa da democracia, da liberdade, da família e da vida – a partir da concepção”.
“Continuaremos a trabalhar com esse Conselho na promoção dos direitos humanos para todos, tanto no Brasil como em qualquer lugar do mundo, sempre lembrando que ninguém ficará para trás”, prosseguiu Damares.
A ministra evidenciou que a prioridade do país é proteger a pessoa idosa. “Em 2021, garantimos a vacinação prioritária da população idosa, realizada em paralelo com a dos profissionais de saúde dos povos tradicionais”, disse.