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Na CPI, reverendo chora e se arrepende: “Tenho culpa, sim”. Veja vídeo

Amilton de Paula foi autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar vacinas da AstraZeneca em nome do governo brasileiro

atualizado

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Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid
1 de 1 Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O reverendo Amilton Gomes de Paula afirmou, nesta terça-feira (3/8), que “tem culpa, sim” nas supostas irregularidades envolvendo as negociações entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply para aquisição bilionária de doses de vacinas contra a Covid-19.

O religioso disse que se arrepende de ter participado das tratativas. Amilton de Paula, que fundou a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos, teria sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar vacinas da AstraZeneca em nome do governo brasileiro.

Veja o momento em que o reverendo pede perdão e chora:

Depoente na CPI da Covid do Senado, o reverendo também é apontado como intermediário das tratativas entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply, que ofertou doses de vacinas ao governo federal. Ele foi provocado por senadores de oposição e da base aliada ao governo federal.

Amilton chorou ao responder o senador Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o envolvimento da Senah nas negociações.

“Eu queria trazer vacina para o Brasil. Tenho culpa, sim. Peço desculpa ao Brasil, o que eu cometi não agradou aos olhos de Deus. Peço perdão aos senadores”, disse, emocionado.

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Reverendo Amilton diz que negociou vacinas: “Nos usaram de maneira ardilosa”
Sessão da CPI da Covid-19
O reverendo Amilton de Paula é ouvido na CPI da Covid
Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid
Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues
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Reverendo Amilton conversa com advogado na CPI

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Reverendo Amilton diz que negociou vacinas: “Nos usaram de maneira ardilosa”

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Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros

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Contradições

A oitiva do reverendo foi marcada por contradições. O depoente não soube explicar, por exemplo, as inúmeras diferenças entre os valores ofertados – ora pela Senah, ora pela Davati.

Segundo o religioso, a primeira proposta da empresa norte-americana era de US$ 3,50 e, posteriormente, passou para US$ 17,50. Por fim, a companhia teria ofertado as doses de vacina por US$ 11 cada.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues, no entanto, mostrou documento oficial da Davati, datado de 5 de março deste ano, no qual o preço estabelecido por imunizante seria de US$ 10. Em carta enviada nove dias depois, o reverendo dizia ao então secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco que as vacinas custariam US$ 11 por dose.

A diferença de US$ 1 por unidade é justamente o mesmo valor da suposta propina que teria sido cobrada por Roberto Ferreira Dias nas tratativas entre a Senah, a Davati e o Ministério da Saúde.

Defesa

Após ficar horas fora do ar durante o depoimento de Amilton de Paula à CPI da Covid, a Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos (Senah) divulgou nota em defesa ao reverendo, que, segundo a ONG, se dispôs a cooperar apoiando o governo no esforço para a aquisição de vacinas no combate à Covid-19.

“Surpreendentemente nos últimos dias fomos envolvidos em denúncias de que nossa organização participou em esquemas fraudulentos na compra de vacina, fatos totalmente inverídicos e distorcidos da realidade, gerando conclusões inconsequentes”, disse.

“Todas as denúncias serão devidamente esclarecidas no foro competente. Desde já agradecemos a todos aqueles que estão orando e pedindo a Deus por um mundo melhor!”, acrescentou.

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