Na CPI, Renan se recusa a fazer perguntas a médicos pró-cloroquina
O relator deixou a sessão ao lado do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues, e do senador Humberto Costa
atualizado
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O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se recusou a fazer perguntas aos médicos pró-cloroquina que participam de audiência pública no colegiado nesta sexta-feira (18/6).
A CPI da Covid audiência pública com os médicos infectologistas Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, defensores do “tratamento precoce” com cloroquina e ivermectina — medicamentos sem comprovação de eficácia contra a doença.
Após anunciar que não faria perguntas aos participantes, Renan deixou a sala da CPI ao lado do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e do senador Humberto Costa (PT-PE).
“Me recuso a participar desse debate. Não vou questionar a ciência. Respeito a posição de todos, mas não há razão para participar de um debate que é contra as evidências cientificas”, disse Randolfe.
Zimerman fez parte da comitiva exclusiva de defensores do “tratamento precoce” que foi a Manaus (AM), em janeiro deste ano, para lançar o TrateCov, em meio à crise de abastecimento de oxigênio hospitalar na capital amazonense que culminou em um caos sanitário.
Ele, assim como Alves, assinou uma nota técnica do Ministério Público Federal de Goiás recomendando cloroquina e ivermectina, em fevereiro deste ano. Alves também é coautor da nota informativa do Ministério da Saúde com orientações para o “tratamento precoce” da Covid-19, em agosto de 2020.
Ambos são assessores da Secretaria de Segurança Multidimensional da Organização dos Estados Americanos (OEA), comandada por Arthur Weintraub, suposto articulador do “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia da Covid-19.