Na CPI, Franco cita “supernotificação” e documento desmentido pelo TCU
O senador Fabiano Contarato (Rede) reafirmou que a informação já foi desmentida e, portanto, o ex-secretário-executivo deveria ter cuidado
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco afirmou, nesta quarta-feira (9/6), que há risco de ter ocorrido supernotificação de casos da Covid-19, com base no mesmo documento citado pelo presidente Jair Bolsonaro atribuído ao Tribunal de Contas da União (TCU) e já desmentido pelo tribunal.
Ao ser questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) sobre o risco de supernotificação de casos, Franco disse que não poderia confirmar, mas cita o suposto acórdão.
“Eu não posso afirmar isso, seria leviano de minha parte. Mas um relatório do TCU, um acórdão do TCU do ano passado dizia que havia o risco de supernotificação, consideração a lei complementar que destinada R$ 60 bilhões, um dos itens desta lei complementar essa incidência de casos. Existe risco, sim, o risco de ter havido supernotificação”, afirmou Franco à CPI da Covid.
Contarato reafirmou que o TCU já desmentiu a informação e, portanto, o ex-secretário-executivo deveria ter cuidado com as informações que passava. Na última segunda-feira (7/6), Bolsonaro disse que a Corte teria um relatório questionando “50%” do número de mortes por Covid-19 em 2020.
O tribunal abriu sindicância para apurar o caso e afastou o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. A CPI da Covid convocou ele e deve quebra os sigilos de dados telefônico e telemático nesta semana.
Franco era o braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde entre junho de 2020 e março de 2021.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.