Na CCJ, Bia Kicis adverte deputados que chamam Bolsonaro de genocida
Aliada do presidente disse que nenhum parlamentar poderá se referir “de forma descortês ou injuriosa” a membros dos poderes
atualizado
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Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF), advertiu, nesta quarta-feira (24/3), deputados da oposição que chamaram o presidente de “genocida” durante a pandemia da Covid-19.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reclamava que havia sido interrompido na semana passada por chamar Bolsonaro de “genocida”. O petista, então, explicou que “genocida era aquele que mata muita gente em pouco tempo”. “E o presidente da República é um genocida”, disse.
Kicis disse que, segundo o regimento, nenhum deputado poderá se referir “de forma descortês ou injuriosa” a membros do Poder Legislativo ou a autoridades constituídas dos demais poderes da República, a instituições nacionais ou a chefes de Estado estrangeiro com os quais o Brasil tem relações.
“Eu considero que chamar o presidente Bolsonaro de genocida é uma calúnia, e eu estou advertindo”, afirmou a bolsonarista. “Esse regimento impõe que o parlamentar se atenha ao tema de debate. Eu não tenho feito (sic) esse tipo de rigor, tenho deixado a palavra”, acrescentou.
Teixeira reclamou que estava falando e voltou a discursar. “Porque no desenvolvimento do meu tempo de fala vou trazer os crimes cometidos. Injúria seria se eu atribuísse [algo a] alguém sem que tivesse cometido”, afirmou Teixeira.
“Ao cercear minha fala, Vossa Excelência deixa de ser presidente e passa a ser partidária de alguém que precisa ser analisado por essa Casa pelo cometimento de crimes”, acrescentou.
A sessão da CCJ debatia um recurso contra a suspensão de seis meses do deputado federal Boca Aberta (Pros-PR).
Na semana passada, Teixeira chamou Bolsonaro de genocida e foi interrompido aos gritos de “vagabundo” pelos deputados bolsonaristas Carlos Jordy (PSL-RJ) e Alê Silva (PSL-MG). Kicis, na ocasião, encerrou a sessão.