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Mulheres marcaram presença em 6% das lives de Bolsonaro

Apesar da estratégia de reaproximação do eleitorado feminino, tática não se reflete nas tradicionais transmissões semanais do presidente

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Ministra da Mulher, Damares Alves, Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante solenidade no Palácio Planalto
1 de 1 Ministra da Mulher, Damares Alves, Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante solenidade no Palácio Planalto - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

De olho na reeleição ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem investido, nas últimas semanas, na estratégia de se reaproximar do eleitorado feminino. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em junho, a rejeição do atual mandatário da República é de 61% entre as mulheres.

A tática para reverter o cenário, no entanto, não se reflete, nas tradicionais lives semanais do presidente – ao menos até o momento.

O encontro semanal de Bolsonaro tem o intuito de apresentar ao eleitorado as ações do governo federal, além de comentários sobre os mais diversos assuntos e anúncios de novas medidas. O espaço também serve para que o mandatário do país faça críticas abertas à imprensa.

Na maioria das transmissões, o presidente convida alguma autoridade do governo para falar ao seu lado.

Segundo um levantamento feito pelo Metrópoles, das 173 lives realizadas desde o início do mandato, em 2019, convidadas mulheres estiveram presentes em 12 oportunidades – o que representa 6% do total. A pesquisa não contabilizou intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) – homens e mulheres que participam de todas as transmissões –, apenas autoridades convidadas pelo presidente.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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No primeiro ano de mandato, Bolsonaro realizou 42 transmissões ao vivo, sendo que três tiveram a presença feminina. Em 2020, foram 52 lives e mulheres foram convidadas para quatro delas.

Durante todo o ano de 2021, nenhuma mulher participou das 50 lives do presidente. Em 2022, foram realizadas 29 transmissões até o momento.

No corrente ano, mulheres foram a cinco lives – quatro em março, mês da mulher, quando Bolsonaro convidou autoridades do governo do sexo feminino a participar dos encontros semanais. A estratégia foi vista como uma tentativa de aumentar a popularidade entre o eleitorado feminino.

Acusado de assédio sexual lidera presença em lives

De todas as transmissões semanais realizadas por Bolsonaro desde 2019, o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães foi o participante mais assíduo – esteve ao lado do chefe do Executivo federal em 29 oportunidades. Guimarães deixou a presidência do banco público após Rodrigo Rangel, colunista do Metrópoles, revelar que ele era alvo de acusações de assédio sexual.

Jorge Seif, ex-secretário de Aquicultura e Pesca e pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, apareceu 21 vezes em lives presidenciais. O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo, esteve 18 vezes ao lado de Bolsonaro, e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e pré-candidato ao Senado por Pernambuco, fez 14 aparições.

Entre a presença feminina nas lives presidenciais, quem mais participou foi a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alvesagora escanteada por Bolsonaro na chapa que vai disputar o governo do Distrito Federal e o Senado pela capital do país. Ela esteve em três transmissões semanais.

Em seguida aparecem a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina – que era cotada para ser vice na chapa de Bolsonaro – com duas participações, e a atual presidente da Caixa, Daniella Marques, quando ainda era secretária do Ministério da Economia.

Reaproximação do eleitoral feminino

Com a proximidade das eleições de outubro, o núcleo de campanha que trabalha pela reeleição de Jair Bolsonaro ao Planalto passou a traçar estratégias mais definidas para melhorar a avaliação do atual presidente da República.

Aconselhado pelo grupo, Bolsonaro passou a investir no discurso em favor do público feminino. Para reverter o cenário de rejeição, o presidente exaltou as mulheres em diversas oportunidades em agendas realizadas nas últimas semanas.

“Pessoal fala que eu não defendo, que eu tenho uma rejeição de mulher. Não sei se é verdade ou não. Acho que a eleitora não está procurando um casamento, está procurando um presidente”, afirmou em 13 de julho.

Durante convenção do PL no domingo (24/7), que oficializou a pré-candidatura de Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro participou do ato de campanha. Ao discursar, ela fez aceno às mulheres e disse que o marido é um “enviado de Deus”.

Contou ainda ter um uma doença autoimune e disse que a filha, sem citar qual, tem síndrome do pânico. Ela também defendeu o marido das críticas de que “ele não gosta de mulheres”. O discurso, segundo aliados, teve o intuito de “humanizar” Bolsonaro.

“Falam com vários rótulos que ele tem. Falam que ele não gosta de mulheres. E ele foi o presidente da história que mais sancionou leis para as mulheres, para a proteção das mulheres. [Foram] 70 leis, 70 leis de proteção para as mulheres.

Apesar da investida eleitoral, atualmente o governo Bolsonaro tem o primeiro escalão com menos mulheres se comparado ao início da gestão. No início do mandato, eram duas ministras: Damares Alves e Tereza Cristina. Em 2019, quando ainda tinha 22 ministérios, Bolsonaro chegou a dizer que cada ministra valia “por dez homens”.

Atualmente, apenas Cristiane Britto, que comanda o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, marca presença feminina no time de 22 ministros homens. Em cumprimento à legislação eleitoral, tanto Damares quanto Tereza deixaram o Executivo federal para disputar o pleito deste ano.

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