Mulher que ofendeu enfermeiros em ato diz a Bolsonaro: “Havia infiltrados”
Flagrada ao lado de um homem agredindo profissionais de saúde, mulher foi ao Palácio da Alvorada “pedir perdão a quem se sentiu ofendido”
atualizado
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A mulher que aparece ao lado de um homem agredindo enfermeiros durante protesto no feriado do Dia do Trabalho (01/05) compareceu ao Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (05/05), e “pediu perdão a quem se sentiu ofendido”. No entanto, sustentou que havia infiltrados no ato e que os organizadores usaram uma “moradora de rua” para dar volume à manifestação.
Como prova, ela apresentou um jaleco que teria sido usado por “uma coitada de rua”, com a identificação de uma pediatra. O desabafo da professora foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do presidente (logo no início do vídeo).
“Presidente, eu estava na manifestação dos profissionais de saúde. Esse é o casaco que entregaram para uma mulher de rua. Nós temos certeza de que ali poderia ter pessoas da área da saúde, presidente, e peço perdão para cada um que se sentiu ofendido, mas ali tinha infiltrados. Colocamos as bandeiras atrás deles e eles começaram a nos enxotar”, defendeu-se.
A mulher afirmou que jamais ofenderia um profissional de saúde porque ela própria cursa psicologia e duas de suas filhas também estão em formação na mesma área. Ela também demonstrou apoio incondicional a Bolsonaro e acredita que o comunismo já se instalou no Brasil.
“Por isso que eu estou aqui, presidente, eu não vou te envergonhar. Um dia eu disse para o meu patrão: ‘não trabalho para você, trabalho para Jair Messias Bolsonaro’. Ele falou: ‘você é louca’. Eu disse: ‘ou nós trabalhamos, ou nosso país… já está no comunismo há muito tempo'”, afirmou.
Ao interpelar o presidente, ela se emocionou ao comentar a má repercussão do episódio, que viralizou nas redes sociais e foi notícia em toda a imprensa brasileira.
“Estão machucando tanto a minha família, presidente, tanto, que eu resolvi… eu não vou envergonhar o meu país, eu não vou envergonhar meu presidente. Eu estava lá, eu fui lá defender a área da saúde e peço perdão para cada pessoa da área da saúde, presidente, que estava ali, que eram verdadeiros, mas tinham infiltrados”, disse, com a voz embargada.
Ao comentar a fala da mulher, Bolsonaro confundiu os episódios de agressão aos enfermeiros, na sexta-feira, com as agressões a jornalistas no domingo (03/05).
“Olha só pra você ver como funciona essa imprensa. Mandei levantar se houver corpo de delito, ele não pediu corpo de delito. Então se houve agressão verbal, é o que eles fazem o tempo todo conosco”, disse Bolsonaro, sem citar ou exemplificar episódio de ataques verbais por parte de jornalistas.