MST pretende realizar atos pelo país no julgamento de Lula
O movimento fará reunião dia 13/1, a fim de definir as ações dos movimentos sociais para o dia do julgamento em Porto Alegre
atualizado
Compartilhar notícia
O Movimento dos Sem-Terra (MST) vai realizar atos em várias cidades do país, durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, previsto para o dia 24 de janeiro.
“Não adianta a prefeitura [de Porto Alegre] tentar impedir o protesto, nem o governo colocar sua força repressora, porque não vai ter luta só em Porto Alegre, vai ter luta em todo o Brasil”, disse o dirigente nacional Alexandre Conceição.
Segundo ele, as ações serão definidas durante uma reunião com os dirigentes estaduais do MST, no dia 13/1, um sábado, mas nenhuma forma de mobilização está descartada. “Haverá vigílias em órgãos do Judiciário, marchas e concentrações, mas não descartamos o trancamento de BR [rodovias federais] e outras manifestações. Vamos usar todas as formas possíveis de mobilização para protestar contra a condenação do ex-presidente Lula e pelo direito legítimo de que ele concorra às eleições presidenciais”.
Lula foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP). Se a condenação for confirmada, ele pode se tornar inelegível para a disputa presidencial deste ano.Na quinta-feira (4), o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), pediu apoio do Exército e da Força Nacional, para atuarem na capital gaúcha, no dia do julgamento. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, já disse ser contra o emprego das Forças Armadas em Porto Alegre.
Para Conceição, o julgamento rápido em segunda instância pretende impedir que Lula dispute as eleições em 2018, “consolidando assim o golpe iniciado com o impeachment da presidente Dilma [Rousseff] e a posse ilegítima do [presidente Michel] Temer”.
O dirigente do MST acredita que centrais e sindicatos de trabalhadores devem aderir aos protestos, pois também estão sendo prejudicados pelas medidas do presidente, como a reforma trabalhista e a proposta de mudar a Previdência. “Entendemos que uma eleição presidencial sem a participação de Lula é a continuidade do golpe, é fraude, e, por isso, o MST se manterá na linha de frente para defender a democracia e a participação dele nas eleições de 2018.”