MST acusa deputado de “criminalizar” ato, que reage: “Terroristas”
Ativistas afirmam que o deputado General Girão (União Brasil-RN) classificou o protesto da entidade como “vandalismo”
atualizado
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Membros do Movimento dos Sem Terra do Rio Grande do Norte (MST-RN) acusam o deputado federal General Girão (União Brasil-RN) de “criminalizar” um protesto contrário ao Projeto de Lei 6.299/2002, que flexibiliza o uso de agrotóxicos nas produções locais.
O protesto foi realizado em frente ao gabinete do parlamentar em Natal (RN). Imagens publicadas pelo deputado mostram o imóvel com pichações, que supostamente teriam partido dos manifestantes. Em vídeo publicado nas redes sociais, Girão classificou o ato como “antidemocrático” e “vandalismo”. Ele ainda promete acionar os responsáveis judicialmente e diz que pedirá investigação do caso.
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Em nota, a entidade defendeu que o protesto foi voltado ao parlamentar, uma vez que o deputado está entre os apoiadores da matéria, tendo, inclusive, votado a favor da proposição em plenário no último mês.
“O escracho teve a intencionalidade de denunciar o conjunto de parlamentares potiguares à favor de mais veneno no prato da população brasileira, denunciando ruralistas também pelo aumento da fome e violências no campo”, afirmam as ativistas na manifestação.
Procurado pelo Metrópoles, o deputado federal General Girão chamou os ativistas de “terroristas”. “Não satisfeitos ainda atacam a minha honra com ilações infundadas de questões para lá de superadas, demonstrando seu total desconhecimento com os fatos e a politização de sua militância”.
“Esta ação desse grupelho criminoso é a certeza que o nosso mandato está no rumo certo. Acredito que os órgãos da Justiça que foram acionados pela Câmara dos Deputados e por mim, possam mostrar que o Brasil tem lei”, prosseguiu o deputado.
“PL do Veneno”
De interesse dos governistas e da bancada ruralista, a proposta é apelidada de “PL do Veneno” pelos parlamentares de oposição, contrários à proposta. Já os governistas se referem à matéria como “Lei do Alimento mais Seguro”.
Entre outros pontos, o projeto altera a nomenclatura de “agrotóxicos” para “pesticidas” e facilita a importação de defensivos químicos.
O texto foi aprovado pelos deputados em 9 de fevereiro e seguiu para análise no Senado Federal.