MPRJ quer que Flordelis deixe cargo na Câmara e use tornozeleira eletrônica
Segundo o promotor, a liberdade da deputada somada ao poder do exercício do mandato causam “intranquilidade” ao curso das investigações
atualizado
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O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), fez um pedido à 3ª Vara Criminal de Niterói para que a deputada federal Flordelis seja suspensa do exercício da função pública. Ela é acusada de ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
O promotor solicitou, ainda, que a parlamentar seja monitorada por tornozeleira eletrônica e obrigada a cumprir recolhimento domiciliar noturno. O pedido foi feito na última sexta-feira, e ainda não houve decisão judicial.
“A liberdade plena da ré Flordelis, somada ao exercício de posição de poder estatal e à incerteza e impossibilidade de se rastrear seu paradeiro – diretamente decorrentes do indeferimento das medidas cautelares requeridas – causam severa intranquilidade não apenas na testemunha que diretamente sofreu o atentado, como também em todas as demais testemunhas e nos corréus, atrapalhando sobremodo o andamento do feito e a instrução criminal”, diz trecho do documento.
Os requerimentos já tinham sido feitos pelo MP quando houve oferecimento da denúncia contra Flordelis, mas acabaram negados pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce. A magistrada determinou que outras medidas cautelares, como proibição de mudar o endereço e de ter contato com testemunhas e réus do processo, eram suficientes. Flordelis não pode ser presa em razão de sua imunidade parlamentar.
O MP, no entanto, voltou a fazer as solicitações argumentando ter fatos novos. Um deles é o temor de uma das principais testemunhas do processo, Regiane Rabello. Na madrugada do último dia 4, uma bomba caseira foi jogada no quintal da casa da empresária.