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MPF pede condenação de Bumlai na Lava Jato

Pecuarista é acusado de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e corrupção. Procuradores solicitaram a condenação de mais oito investigados na Operação Passe Livre

atualizado

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
José Carlos Bumlai
1 de 1 José Carlos Bumlai - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba pediu ao juiz federal Sérgio Moro a condenação do pecuarista José Carlos Bumlai por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e corrupção na ação sobre o empréstimo de R$ 12 milhões concedido pelo Banco Schahin, em 2004 – o valor foi repassado ao PT. Os procuradores solicitaram a condenação de mais oito investigados na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato, e cobraram solidariamente a devolução de R$ 53,5 milhões aos cofres públicos.

Também são acusados Salim Schahin, Milton Schahin e Fernando Schahin, por corrupção ativa –; os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada, por corrupção passiva; o operador de propinas Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também por corrupção passiva; e o filho do pecuarista, Maurício Bumlai, indiciado por lavagem de dinheiro. Respondem também por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira o empresário Salim e Maurício.

Os procuradores pediram atenuante a Bumlai, por ter mais de 70 anos de idade e por ter confessado os crimes. Em dezembro do ano passado, ele, que é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o valor do empréstimo foi repassado ao PT. Na ocasião, Bumlai apontou os nomes de dois ex-tesoureiros do partido, Delúbio Soares e Vaccari, como envolvidos no negócio. Em troca, o Grupo Schahin teria sido contemplado com um contrato de US$ 1,6 bilhão para operar um navio-sonda.

“A conduta social de Bumlai deve ser valorada de forma extremamente negativa, dado que para a consecução das ilicitudes por ele perpetradas valia-se do nome do então presidente da República”, afirmam os procuradores no pedido.

Bumlai foi preso preventivamente em 24 de novembro do ano passado. Após descobrir um câncer, recebeu autorização para se tratar em um hospital. A força-tarefa requereu a Moro que seja mantida a prisão, “determinando-se seu imediato recolhimento em estabelecimento prisional, uma vez concluído o tratamento médico”.

Defesas
A advogada de Bumlai, Daniella Meggiolaro, disse que vai sustentar a versão de que ele não cometeu nenhum crime. “Ele não foi corrompido porque não é agente público. Atribuem a ele corrupção passiva. Isso é surreal, não se beneficiou desse dinheiro. Como pode cometer gestão fraudulenta se nunca foi gestor de banco?”, questionou Daniella.

Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado de Vaccari, informou que a defesa vai “reagir”, “demonstrando que não procedem as acusações”. As defesas de Zelada e Baiano não atenderam e os demais advogados não foram localizados.

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